"E esse foi seu maior sacrifício"
E a cruz foi o seu segundo maior sacrifício, porém mais sacrificial foi sair da esfera angélica para descer ao charco de lodo humano para salvar a humanidade de si mesma.
Obviamente o corpo físico de Jesus foi preparado pela espiritualidade superior para que pudesse atender as necessidades da grandiosa missão, e da natureza de sua tarefa planetária.
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Pergunta: - Poderíamos considerar Jesus como o Arcanjo Planetário da Terra, uma vez que é a maior Entidade descida ao nosso orbe?
Ramatís: - Jesus não é Arcanjo, mas sim um Anjo, o que difere muito entre si, pois o Anjo ainda pode atuar no mundo humano - simbolizado nos sete degraus da escada de Jacob que fica logo abaixo do mundo divino, no qual cessa para os Arcanjos toda possibilidade de ligação direta com as formas físicas das moradas planetárias.
Jesus, na realidade, é a mais Alta Consciência Diretora da humanidade terrena, mas não do planeta Terra, porque ainda permanece, diretamente, em contato psicofísico com as consciências terrícolas. Ele é o Elo Divino e o mais lídimo representante de aspecto humano que se liga diretamente à Sublime Consciência do Arcanjo Planetário da Terra.
O Comando Sideral do sistema solar atua no Arcanjo do planeta Terra e este na imediata consciência espiritual abaixo de si e em condições receptivas para senti-lo e cumprir-lhe a vontade no mundo físico.
É justamente o insigne Jesus a Magnífica Consciência capacitada para sentir o Espírito do Planeta Terráqueo, porquanto o Mestre, além de ser o Governador Espiritual de vossa humanidade, participou também da Assembleia Sideral de quando o Arcanjo mentalizou os planos preliminares para a formação do vosso orbe, em conexão perfeita com os projetos maiores do Arcanjo ou Logos Solar do sistema.
A jurisdição de Jesus assemelha-se a sublime janela viva, que se abre na forma material, para que o Arcanjo Planetário "veja" e "sinta" o que deve providenciar no seu interior espiritual, para atender à progressiva eclosão das consciências humanas, que se delineiam na matéria terráquea.
Ante a incessante ascensão espiritual de Jesus e o seu conhecimento, cada vez mais extenso, sobre a consciência coletiva da vossa humanidade, é provável que, no próximo Grande Plano, ele também se torne um Arcanjo cooperador na criação dos mundos, sob a jurisdição direta de outro Logos Solar.
Pergunta: - Mas Jesus, como o Cristo, não significa a mais alta Consciência Celestial, para nós?
Ramatís: - Há que não esquecerdes a significação do vocábulo "Cristo", no seio do Cosmo. O Cristo Cósmico, em sua generalidade, é o segundo princípio emanado de Deus que, na forma do Amor, serve de coesão entre o seu Pensamento Original Incriado e os mundos que os Arcanjos ou Engenheiros Siderais revelam sob a vontade Divina.
Ele significa, pois, o estado absoluto do Amor no Cosmo; cimento de coesão entre os astros e a luz pura que alimenta o amor entre os seres. O Cristo Cósmico revela-se em Deus na plenitude do Amor Eterno; o Cristo Galaxial é o próprio Logos ou Arcanjo das Galáxias, mas destacado na sua expressão de Amor sobre os seus demais princípios do Poder, Sabedoria e da Vontade criadora;
o Cristo Solar é também o mesmo Logos Solar, porém acentuado sideralmente no princípio do Amor, distinguido do Poder, da Vontade e da Sabedoria Solar; o Cristo da Terra, consequentemente, é a expressão absoluta do Amor do próprio Arcanjo do vosso orbe!
Pergunta: - Uma vez que sob o signo de Peixes cultuou-se o Cristo, ou seja o Amor, qual seria o princípio a ser eleito sob o próximo signo de Aquário?
Ramatís: - De há muito já vos temos feito vislumbrar qual seja o novo atributo que será destacado do Logos da Terra, como o principal imperativo regente nos dois próximos milênios, sob o signo de Aquário:
é o princípio mental, para o homem educar a sua vontade, a fim de que, mais além, sob outro signo, desenvolva o poder criador, em seguida à vontade disciplinada e já purificada pelo Cristo.
O ser humano só deve receber poderes mais altos e impor a sua vontade, ou criar, depois que tiver desenvolvido o princípio Crístico do Amor absoluto, a fim de não causar distúrbios na harmonia da Criação.
O terceiro milênio é o período inicial desse desenvolvimento mental coletivo, da humanidade terrícola, assim como os dois milênios que se findam abrangeram também o esforço doloroso do Cristo e do seu enviado, Jesus, para o amor coletivo.
É o "Mentalismo" a sequência que substituirá ou sucederá ao Amor pregado por Jesus e inspirado pelo magnífico Arcanjo da Terra, destacado no atributo do Cristo.
Pergunta: - Afirmastes, há pouco, que o Arcanjo não poderia agir diretamente no mundo físico, mas sim por intermédio de um Messias, como o foi Jesus. É isso mesmo?
Ramatís: - Jesus manifestou-se fisicamente no vosso orbe há dois milênios, porque ainda podia mentalizar e construir os seus veículos intermediários nas energias adjacentes à matéria.
Ele é ainda um Espírito capaz de ter contato com a carne, embora sob extrema dificuldade e sofrimento, como ocorreu na sua última descida sacrificial.
No entanto, o Cristo Terráqueo, ou seja o Arcanjo Planetário da Terra, é potencial vibratório de tão alta "voltagem sideral", que não conseguirá aglutinar de nenhum modo as energias inferiores, e situar-se na figura diminuta do corpo físico, para comandar diretamente um cérebro humano.
A sua vibração altíssima não conseguiria o descenso vibratório para alcançar a forma letárgica da matéria! E, mesmo se supondo que assim pudesse agir, o seu Espírito lembraria o exemplo que já vos demos, da carga fulminante de 50.000 volts, quando projetada diretamente da usina sobre um minúsculo aparelho de 110 volts.
Pergunta: - Então, por que motivo a tradição, e mesmo os evangelhos, afirmam que Jesus era o próprio Cristo?
Ramatís: - Realmente, Jesus foi o revelador do Cristo, o mais credenciado e Sublime Intermediário do Amor Absoluto, no vosso mundo.
Pela sua Consciência Espiritual, fluiu e se fixou vigorosamente nas sombras terráqueas a Luz Crística, aflorando então à superfície da Terra e tornando-se o "Caminho, a Verdade e a Vida".
Quando o Mestre afirmou "Eu e meu Pai somos um" e "Ninguém vai ao Pai senão por mim", era o Cristo Planetário que atuava e transmitia o seu Pensamento diretivo por intermédio do seu divino médium Jesus, corporificado no plano físico.
O Ungido, o Escolhido ou o Eleito para materializar o Verbo em vocábulos ou ideias acessíveis à mente humana, sob a égide do Arcanjo Planetário e criador da Terra, foi realmente aquele sublime Homem-Luz, retratado na figura angélica de Jesus de Nazaré, o doce filho de Maria.
É por isso que na própria conjunção de Marte, Saturno e Júpiter, que a vossa ciência acadêmica subestima, por desconhecer o verdadeiro fenômeno oculto, os Arcanjos Planetários daqueles orbes trocavam,
entre si, os soberbos potenciais aliados às correntes
espiritualizadas de suas humanidades evoluídas, formando, assim, o mais alto padrão de energismo e magnetismo sideral sobre a Terra.
A Técnica Divina operou para que Jesus corporificasse em suas entranhas psicofísicas a dosagem Crística dos três Logos ou Arcanjos de Marte, Saturno e Júpiter, a fim de que ele pudesse vibrar em uníssono com o Cristo ou Logos da Terra e tornar-se o seu insuperável "canal vivo" no mundo de formas.
Aquilo que para o vosso pobre entendimento humano situastes como uma "crendice astrológica", impressionar-vos-á profundamente a alma quando aqui aportardes e puderdes então conhecer quão dispendioso é ainda para os Arcanjos Planetários estabelecerem as condições mínimas para plasmarem nas consciências humanas uma réstia de sua Luz!
Capitulo V
JESUS DE NAZARÉ E O CRISTO PLANETÁRIO
Pergunta: — Conforme deduzimos de vossas palavras, então Jesus é uma entidade e o Cristo outra? Porventura tal concepção não traz mais confusão entre os católicos, protestantes e espíritas, já convictos de que Jesus e o Cristo são a mesma pessoa?
Ramatís:—Em nossas singelas atividades espirituais, nós transmitimos mensagens baseadas em instruções recebidas dos altos mentores do orbe. Portanto, já é tempo de vos afirmar que o Cristo Planetário é uma entidade arcangélica, enquanto Jesus de Nazaré, espírito sublime e angélico, foi o seu médium mais perfeito na Terra!
O excessivo apego aos ídolos e às fórmulas religiosas do vosso mundo terminam por cristalizar a crença humana, sob a algema dos dogmas impermeáveis a raciocínios novos e para não chocar o sentimentalismo da tradição.
As criaturas estratificam no subconsciente uma crença religiosa, simpática, cômoda ou tradicional, e, obviamente, terão de sofrer quando, sob o imperativo do progresso espiritual, têm de substituir sua devoção primitiva e saudosista por outras revelações mais avançadas sobre a Divindade.
Os religiosos de tradição, herdeiros e repetidores da crença dos seus avoengos e preferida pela família, habituados a "adorar" e jamais "pensar", sentem-se amargurados quando têm de abandonar as imagens preferidas de sua devoção, e substituí-las por outras mais estranhas!
Assim, correspondendo à assimilação progressiva humana, Deus primeiramente foi devocionado pelos homens primitivos através dos fenômenos principais da Natureza, como o trovão, a chuva, o vento, o mar e o Sol! Em seguida, evoluíam para a figura dos múltiplos
deusinhos do culto pagão.
Mais tarde, as pequenas divindades fundiram-se, convergindo para a ideia unitária de Deus. Na índia honrava-se Brahma, e Osíris, no Egito; e Júpiter na Olímpia; enquanto os Druídas, no seu culto à Natureza, cultuavam também uma só unidade!
Moisés expressa em Jeová a unidade de Deus, embora ainda o fizesse bastante humanizado e temperamental, pois todos os sentimentos e emoções dos hebreus, no culto religioso, fundiam-se com as próprias atividades do mundo profano!
Com o aparecimento de Jesus, a mesma ideia unitária de Deus evoluiu então para um Pai transbordante de Amor e Sabedoria, que pontificava acima das quizílias humanas, embora os homens ainda o considerassem um doador de "graças" para os seus simpatizantes e um juiz inexorável para os seus contrários.
Tais ideias expressam-se de acordo com a psicologia, o sentimento e a cultura de cada povo. Osíris, no Egito, inspirou o culto da morte, enquanto Brahma, na índia, recebia homenagens fabulosas como a primeira da Trindade divina do credo hindu.
Mas, também havia Moloc, a exigir o sacrifício de tenras crianças, e, finalmente, Jeová, entre as hebreus, louvado com o holocausto de animais e aves, além de valiosos presentes dos seus devotos.
Mais tarde, o Catolicismo definiu-se pela ideia do Criador na figura de uni velhinho de barbas brancas, responsável pela criação do mundo em seis dias, pontificando dos céus, atrás das nuvens, mas ainda sensível à oferenda de velas, flores, incenso, relíquias e auxílios necessários à manutenção do serviço divino no mundo terreno.
Atualmente, a doutrina espírita ensina que "Deus é a Inteligência Suprema, causa primária de todas as cousas", descentralizando a Divindade do antropoformismo, para ser entendida animando todos os acontecimentos da Vida.
Não há dúvida; já é bem grande a diferença entre a concepção espírita e os deuses mitológicos, que presidiam os fenômenos da Natureza ou se imiscuíam na vida dos seus devotos; no entanto, ainda existe diversidade da própria fórmula espiritista, em confronto com outras explicações iniciáticas do ocultismo oriental.
Em verdade, essa ideia da pluralidade divina foi-se atenuando com a própria evolução do homem na esfera da Filosofia e no campo da Ciência; porém, se isto lhe facultou maior assimilação da Realidade do Criador, aumentou-lhe, no entanto, a sua responsabilidade espiritual.
Quando o religioso tradicional tem de abandonar o seu velho mito ou modificar sua ideia formal da Divindade, acariciada há tanto tempo e infantilmente sob a escada de Jacó; mas o arcanjo não pode mais deixar o seu mundo divino e efetuar qualquer ligação direta com a matéria, pois já abandonou, em definitivo, todos os veículos intermediários que lhe facultariam tal possibilidade.
O próprio Jesus, Espírito ainda passível de atuar nas formas físicas, teve de reconstruir as matrizes perispirituais usadas noutros mundos materiais extintos, a fim de poder encarnar-se na Terra.
Todavia, o mais importante não reside, propriamente, nas convicções da crença de cada um, na caminhada da sua evolução espiritual, mas no seu comportamento humano, quando o homem atinge um discernimento mais exato e real quanto às suas responsabilidades e à forma de se conduzir perante o Deus único, cuja Lei Divina abençoa os que praticam o Bem e condena os que praticam o Mal.
Os homens que mais se aproximam da Realidade à medida que também se libertam das crenças, pois estas, quer sejam políticas, nacionais ou religiosas, separam os homens e os deixam intolerantes, tanto quanto se degladiam os torcedores pelo demasiado apego a uma determinada associação desportiva. Vale o homem pelo que é, o que faz e o que pensa, pois a crença, em geral, é mais uma fuga da realidade.
Os próprios espíritas, em sua maioria, embora já possua, noções mais avançadas da realidade espiritual, ainda se confrangem, quando se lhes diz que o Cristo é um Arcanjo Planetário e Jesus o Anjo governador da Terra. O anjo é entidade ainda capaz de atuar no mundo material.
Pergunta: — Em face dessa distinção de Jesus ser o intermediário do Cristo Planetário da Terra, gostaríamos que nos désseis maiores esclarecimentos sobre o assunto.
Ramatís: — Jesus, como dissemos, não é o Cristo, mas a consciência angélica mais capacitada para recepcionar e cumprir a sua vontade em cada plano descendente do reino angélico até a Terra.
Em sua missão sublime, Jesus foi a "janela viva" aberta para o mundo material, recebendo do Cristo as sugestões e inspirações elevadas para atender à salvação das almas, em educação na crosta terráquea.
No entanto, Jesus também ascensiona ininterruptamente pela expansão ilimitada de sua Consciência e libertação definitiva das formas dos mundos planetários transitórios.
É provável, portanto, que no próximo "Manvantara" ou "Grande Plano" ele também já se gradue na escala arcangélica; e então participará diretamente da criação dos mundos sob a inspiração do Arcanjo, do Logos ou do Cristo do vosso sistema solar.
É o Arcanjo, o Logos ou Cristo planetário da Terra, cuja Luz e Essência Vital, em perfeita sintoma com a vontade e o plano de Deus, então alimenta a alma da humanidade terrícola.
Os homens vivem embebidos de sua essência sublime, e, por isso, sentem no âmago de suas almas uma direção que os orienta, incessantemente, para as melhores aquisições espirituais no mundo educativo da matéria.
As criaturas mais sensíveis, os intuitivos e os inspirados, às vezes identificam essa "voz oculta" a lhes falar silenciosa e ternamente nas belezas edênicas, que os aguardam após o desenlace do corpo carnal.
Assim, o Logos, o Verbo ou o Cristo do planeta Terra, em determinado momento passou a atuar diretamente pelo seu intermediário Jesus, anjo corporificado na figura humana, transmitindo à humanidade a Luz redentora do Evangelho!
No entanto, o Cristo planetário não podia reduzir-se ao ponto de vibrar ao nível da mentalidade humana ou habitar a precariedade de um corpo de carne. Alguém poderá colocar toda a luz do Sol dentro de uma garrafa?
ResumoKardec pergunta aos Espíritos: Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo? A resposta dos Espíritos é muito clara: Jesus!
Você pode se espelhar em outros mestres, não tem problema nenhum. Mas existe um Guia e Modelo acima de todos os outros. Um inquestionável, que apresente todas as características de perfeição possíveis.
Rezam as tradições do mundo espiritual que na direção de todos os fenômenos, do nosso sistema, existe uma Comunidade de Espíritos Puros e Eleitos pelo Senhor Supremo do Universo, em cujas mãos se conservam as rédeas diretoras da vida de todas as coletividades planetárias.
Essa Comunidade de seres angélicos e perfeitos, da qual é Jesus um dos membros divinos, ao que nos foi dado saber, apenas já se reuniu, nas proximidades da Terra, para a solução de problemas decisivos da organização e da direção do nosso planeta, por duas vezes no curso dos milênios conhecidos.
Fonte: "O Sublime Peregrino" e "Mensagens do Astral" psicografado pelo médium Hercílio Maes, ditado pelo Espírito Ramatis. "A Caminho da Luz" psicografado por Chico Xavier ditado pelo Espírito Emmanuel.
Namastê / Laroyê