É unânime: Todas as religiões; e a sociedade condenam a prática do suicídio, mas em nenhum lugar se encontram tantas respostas como no Espiritismo.
Por que as pessoas cometem suicídio?
São várias as causas que conduzem o ser humano ao suicídio. Se dá primordialmente pelo desconhecimento de como funcionam as Leis Divinas; e o amor de Deus.
- Solidão,
- depressão,
- doenças incuráveis,
- violência,
- pobreza extrema,
- fanatismo religioso,
- abandono familiar,
- perdas de entes queridos,
- alcoolismo,
- drogas,
- distúrbios mentais,
- desesperança,
- obsessão de Espíritos etc.
O problema sempre é o materialismo, pensar que só existe o mundo material. Tomar nota que a vida verdadeira não é aqui, brota esperança de imediato.
A consciência humana é indestrutível, portanto, o suicídio de qualquer espécie é arrematada loucura, um salto no desconhecido abismo da imprevisível desesperação.
O suicídio, independentemente da forma como se manifesta, sempre produz sofrimentos no curto, médio ou longo prazo, em ambos os planos da Vida: O Espiritual e o Físico.
Allan Kardec traz respostas através dos Espíritos.
O Suicídio e a Loucura
A incredulidade, a simples dúvida sobre o futuro, as ideias materialistas, numa palavra, são os maiores incitantes ao suicídio: Produzem a covardia moral.
Quando se veem homens de ciência, apoiados na autoridade do seu saber, se esforçarem por provar aos que os ouvem ou leem que estes nada têm a esperar depois da morte, não estão tentando convencê-los de que, se são infelizes, o melhor que podem fazer é matar-se?
Que lhes poderia dizer para desviá-los dessa consequência? Que compensação podem oferecer-lhes? Que esperança lhes podem dar? Nenhuma, a não ser o nada.
Daí se segue concluir que, se o nada é o único remédio heroico, a única perspectiva, mais vale cair nele imediatamente, e não mais tarde, para sofrer por menos tempo.
A propagação das doutrinas materialistas é, pois, o veneno que inocula a ideia do suicídio na maioria dos que se suicidam, e os que se fazem seus defensores assumem terrível responsabilidade.
Com o Espiritismo a dúvida já não é possível, modificando-se, portanto, a visão que se tem da Vida. O que acredita sabe que a existência se prolonga indefinidamente para além do túmulo, mas em condições muito diversas.
Daí a paciência e a resignação que o afastam muito naturalmente de pensar no suicídio; daí, numa palavra, a coragem moral.
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QUESTÕES DE O LIVRO DOS ESPÍRITOS
Questão 943. De onde vem o desgosto pela vida que se apodera de certos indivíduos sem motivos que o justifiquem?
“Efeito da ociosidade, da falta de fé e, muitas vezes, da saciedade. Para aquele que exerce suas faculdades com fim útil e de acordo com as suas aptidões naturais, o trabalho nada tem de árido e a Vida se escoa com mais rapidez.
Suporta as suas vicissitudes com tanto mais paciência e resignação, quanto mais age tendo em vista a felicidade mais sólida e mais durável que o espera”.
Questão 944. O homem tem o direito de dispor da sua própria Vida?
“Não, somente Deus tem esse direito. O suicídio voluntário é uma transgressão da Lei Divina”.
Questão 952. Comete suicídio o homem que perece vítima do abuso de paixões que ele sabia que iriam apressar o seu fim, mas às quais não lhe foi possível resistir, porque o hábito as transformou em verdadeiras necessidades físicas?
“É um suicídio moral. Não compreendeis que, nesse caso, o homem é duplamente culpado? Há nele falta de coragem, bestialidade e, além disso, esquecimento de Deus”.
Questão 952-a. Será mais ou menos culpado do que o que tira a própria vida por desespero?
“É mais culpado, porque tem tempo de refletir sobre o seu suicídio. Naquele que o faz instantaneamente, há, por vezes, uma espécie de desvario, que tem alguma coisa da loucura.
O outro será muito mais punido, porque as penas são sempre proporcionais à consciência que se tenha das faltas cometidas”.
Questão 956. Aqueles que, não podendo suportar a perda dos entes queridos, se matam na esperança de se juntarem a eles atingem o seu objetivo?
“O resultado que colhem é muito diverso do que esperavam: Em vez de se unirem ao objeto de sua afeição, dele se afastam por mais tempo, já que Deus não pode recompensar um ato de covardia, nem o insulto que lhe fazem ao duvidarem da sua providência.
Pagarão esse instante de loucura com aflições ainda maiores do que as que pensavam abreviar e não terão, para compensá-las, a satisfação que esperavam”.
Questão 957. Quais são, em geral, com relação ao estado do Espírito, as consequências do suicídio?
“As consequências do suicídio são muito diversas. Não há penas fixadas e, em todos os casos, são sempre relativas às causas que o produziram.
Há, porém, uma consequência à qual o suicida não pode escapar: O desapontamento. Ademais, a sorte não é a mesma para todos; depende das circunstâncias.
Alguns expiam sua falta imediatamente, outros em nova existência, que será pior do que aquela cujo curso interromperam”.
Comentário de Allan Kardec
A observação mostra, realmente, que os efeitos do suicídio não são idênticos. Há, porém, os que são comuns a todos os casos de morte violenta e que resultam da interrupção brusca da Vida.
Isso se deve principalmente à persistência mais prolongada e tenaz do laço que une o Espírito ao corpo, já que esse laço se encontra em todo seu vigor no momento em que é rompido, enquanto na morte natural ele se enfraquece gradualmente e muitas vezes se desfaz antes mesmo que a vida se haja extinguido completamente.
As consequências desse estado de coisas são o prolongamento da perturbação espiritual, sucedendo um período de ilusão em que o Espírito, durante mais ou menos tempo, julga pertencer ainda ao número dos vivos [encarnados].
A afinidade que persiste entre o Espírito e o corpo produz, em alguns suicidas, uma espécie de repercussão do estado do corpo sobre o Espírito, que assim sente, à sua revelia, os efeitos da decomposição, fazendo-o experimentar uma sensação cheia de angústias e de horror, estado que também pode persistir pelo tempo que devia durar a vida que foi interrompida.
Esse efeito não é geral, mas, em caso algum, o suicida se livra das consequências da sua falta de coragem e, mais cedo ou mais tarde, expia, de um modo ou de outro, a culpa em que incorreu.
É assim que certos Espíritos, que haviam sido muito infelizes na Terra, disseram ter-se suicidado na existência anterior e submetido voluntariamente a novas provas, para tentarem suportá-las com mais resignação.
Em alguns, verifica-se uma espécie de ligação à matéria, de que inutilmente procuram desembaraçar-se, a fim de voarem para mundos melhores, cujo acesso, porém, lhes é interdito. Na maior parte deles, é o pesar de haver feito uma coisa inútil, que só redundou em decepções.
A religião, a moral, todas as filosofias condenam o suicídio como contrário às Leis da Natureza. Todas nos dizem, em princípio, que ninguém tem o direito de abreviar voluntariamente a vida.
Mas por que não se tem esse direito? Por que o homem não é livre para pôr termo aos seus sofrimentos? Estava reservado ao Espiritismo demonstrar, pelo exemplo dos que sucumbiram, que o suicídio não é uma falta apenas por constituir infração de uma lei moral, consideração de pouco peso para certos indivíduos, mas um ato estúpido, pois que nada ganha quem o pratica, antes é o contrário que se dá. Não é pela teoria que o Espiritismo nos ensina isso, mas pelos fatos que ele nos põe sob as vistas.
O suicídio pode ser classificado como: Direto ou Intencional e Indireto.
- O suicídio intencional resulta de ato consciente. Há planejamento da morte, às vezes, com detalhes.
- O suicídio indireto resulta de hábitos e comportamentos viciosos que lesam a saúde física ou psíquica, ou ambas. André Luiz foi considerado suicida inconsciente, característica de pessoas que levam um estilo de vida que ocasione a redução das forças físicas e vitais, ocasionando a perda da durabilidade necessária do corpo físico para cumprirem com êxito a encarnação. Beber desmedidamente, fumar, o uso de drogas, excessos alimentares, descontrole emocional, etc são alguns exemplos.
“A calma e a resignação adquiridas na maneira de considerar a vida terrestre e a confiança no futuro dão ao Espírito uma serenidade que é o melhor preservativo contra a loucura e o suicídio”.
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Os Suicidas precisam de Oração
A seguinte comunicação foi dada espontaneamente, em uma reunião espírita no Havre, a 12 de fevereiro de 1863: "François Simon Louvet"
“Tereis piedade de um pobre miserável que sofre desde muito tempo de cruéis torturas? Oh! o vácuo... o espaço... caio, caio... socorro! ... Meu Deus, eu tive uma existência tão miserável! ...
Era um pobre coitado; sofri tanta fome na velhice! Foi por isso que me habituei a beber, a ter vergonha e desgosto de tudo... Quis morrer e atirei-me...
Oh! meu Deus! que momento! E para que tal desejo, quando o termo da Vida já estava tão próximo? Orai, para que eu não veja incessantemente este vácuo debaixo de mim...
Vou despedaçar-me de encontro a essas pedras!... Eu vo-lo suplico, a vós que conheceis as misérias dos que não mais pertencem a esse mundo. Não me conheceis, mas eu sofro tanto...
Para que mais provas? Sofro! Não será isso o bastante? Se eu tivesse fome, em vez desse sofrimento mais terrível e aliás imperceptível para vós, não vacilaríeis em aliviar-me com uma migalha de pão.
Pois eu vos peço que oreis por mim.... Não posso permanecer por mais tempo neste estado... Orai por mim”.
Orar também é caridade!
A prece é de valor inestimável para os que sofrem. Devemos orar sempre que estivermos diante de um desafio existencial, sempre que formos atingidos pelas provações da Vida.
Nesse sentido, o Espírito suicida ou alguém que queira fugir da vida, independentemente das causas geradoras do seu sofrimento, deve buscar conforto espiritual na prece.
O poder da prece está no pensamento. Não depende de palavras, nem de lugar, nem do momento em que seja feita. Pode-se, portanto, orar em toda parte e a qualquer hora, a sós ou em comum.
Pela prece o homem atrai o concurso dos Espíritos bons, que vêm sustentá-lo em suas boas resoluções e inspirar-lhe bons pensamentos. Ele adquire, desse modo, a força moral necessária para vencer as dificuldades e voltar ao caminho reto, se deste se afastou.
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Em “Memórias de um Suicida”, segue um trecho apenas pois os relatos desse livro deixam qualquer filme de terror no chinelo. Mas o aprendizado é gigantesco. O PDF será deixado no final do estudo para download.
O Vale dos Suicidas
(...) Precisamente no mês de janeiro de 1891, fora eu surpreendido com meu aprisionamento em região do Mundo Invisível cujo desolador panorama era composto por vales profundos, a que as sombras presidiam:
gargantas sinuosas e cavernas sinistras, no interior das quais uivavam, quais maltas de demônios enfurecidos, Espíritos que foram homens, dementados pela intensidade e estranheza, verdadeiramente inconcebíveis, dos sofrimentos que os martirizavam.
O solo, coberto de matérias enegrecidas e fétidas, lembrando a fuligem, era imundo, pastoso, escorregadio, repugnante! O ar pesadíssimo, asfixiante, gelado, enoitado por bulcões ameaçadores como se eternas tempestades rugissem em torno; e, ao respirarem-no.
Os Espíritos ali ergastulados sufocavam-se como se matérias pulverizadas, nocivas mais do que a cinza e a cal, lhes invadissem as vias respiratórias, martirizando-os com suplício inconcebível ao cérebro humano habituado às gloriosas claridades do Sol - dádiva celeste que diariamente abençoa a Terra - e às correntes vivificadoras dos ventos sadios que tonificam a organização física dos seus habitantes.
Não havia então ali, como não haverá jamais, nem paz, nem consolo, nem esperança: tudo em seu âmbito marcado pela desgraça era miséria, assombro, desespero e horror.
Dir-se-ia a caverna tétrica do incompreensível, indescritível a rigor até mesmo por um Espírito que sofresse a penalidade de habitá-la. Quem ali temporariamente estaciona, como eu estacionei, são grandes vultos do crime!
É a escória do mundo espiritual - falanges de suicidas que periodicamente para seus canais afluem levadas pelo turbilhão das desgraças em que se enredaram, a se despojarem das forças vitais que se encontram, geralmente intactas, revestindo-lhes os envoltórios físico-espirituais, por sequências sacrílegas do suicídio...
Infelizes carentes do auxílio confortativo da prece; aqueles, levianos e inconsequentes, que, fartos da vida que não quiseram compreender, se aventuraram ao Desconhecido, em procura do Olvido, pelos despenhadeiros da Morte!
O Além-túmulo acha-se longe de ser a abstração que na Terra se supõe, ou as regiões paradisíacas fáceis de conquistar com algumas poucas fórmulas inexpressivas.
Ele é, antes, simplesmente a Vida Real, e o que encontramos ao penetrar suas regiões é Vida! Vida intensa a se desdobrar em modalidades infinitas de expressão, sabiamente dividida em continentes e falanges como a Terra o é em nações e raças; dispondo de organizações sociais e educativas modelares, a servirem de padrão para o progresso da Humanidade.
É no Invisível, mais do que em mundos planetários, que as criaturas humanas colhem inspiração para os progressos que lentamente aplicam no orbe.
ou Ligue: 188 - Disponível 24 horas
ResumoA pior coisa que você pode fazer é se matar, por pior que esteja seu sofrimento na carne. Seu sofrimento no Astral é infinitamente, indescritivelmente pior, tornando seus "problemas" na vida material café pequeno perto dos horrores e gemidos que você irá passar se fizer essa loucura.
Ore, a prece atrai os bons Espíritos e busque ajuda, e a ajuda virá ao seu encontro. E você que conhece alguém nessa condição faça uma prece ao Divino ou aos bons Espíritos, e receba orientação através da intuição de como proceder. Ore, mas ore muito!
Namastê / Laroyê
Fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo. Memórias de um Suicida - Yvonne A. Pereira. Nosso Lar - Chico Xavier.