Porque na vida terrena você está tendo a chance de expiar, pagar seus débitos, aprender o que levariam séculos talvez, resolve-se em apenas uma única existência, dependendo da dívida. O que são apenas alguns anos de sofrimento comparado à eternidade? Mt 5:4.
Como que uma pessoa pode se alegrar sofrendo?
Quando uma pessoa passa por dificuldades, o bom fruto gerado de algo ruim é a perseverança, esperança, paciência e aumento de fé; Rm 5:3 |12:12. Somos consolados pelo próprio Deus, em cada dificuldade da vida temos ajuda, e somos ancorados; II Cor 1:4.
Se comparado ao que vamos viver depois da morte do corpo biológico, caso tenhamos plantado o bem, nossas dificuldades são leves, e acima de toda comparação, II Cor 4:7.
Todas as suas lutas são suportáveis
Não sobreveio a vocês tentação se não humana. E Deus não permite que vocês sejam tentados além do que podem suportar. Mas, quando forem tentados, ele lhes providenciará um escape, para que o possam suportar. I Cor 10:13. Quitamos nossos débitos com a Lei Divina em suaves "prestações", pois se viesse de uma vez; não suportaríamos!
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O Evangelho Segundo o Espiritismo
Justiça das aflições
Somente na vida futura (além-túmulo) podem efetivar-se as compensações que Jesus promete aos aflitos da Terra. Mesmo com essa certeza,
dificilmente se compreende a conveniência de sofrer para ser feliz.
Mas, então, pergunta-se: Por que sofrem uns mais do que outros? A fé no futuro pode consolar e infundir paciência, mas não explica essas anomalias, que parecem desmentir a Justiça de Deus.
Entretanto Deus é soberanamente bom e justo, não pode agir caprichosamente, nem com parcialidade. Logo, as vicissitudes da vida derivam de uma causa e, pois que Deus é justo, justa há de ser essa causa.
Causas atuais das aflições
As espécies das vicissitudes da vida, que importa distinguir são:
- Expiações de outra vida,
- Provas para aperfeiçoamento da alma,
- Missão, e por fim,
- Suas causas na vida presente.
Remontando-se à origem dos males terrestres, reconhecer-se-á que muitos são consequência natural do caráter e do proceder dos que os suportam. Quantos homens caem por sua própria culpa!
Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição! Quantos se arruínam por falta de ordem, de perseverança, pelo mau proceder, ou por não terem sabido limitar seus desejos!
A quem, então, há de o homem responsabilizar por todas as aflições, senão a si mesmo? O homem, pois, em grande número de casos, é o causador de seus próprios infortúnios; mas, em vez de reconhecê-lo, acha mais simples, menos humilhante para a sua vaidade acusar a sorte, a Providência, a má fortuna, a má estrela, ao passo que a má estrela é apenas a sua incúria.
Deus, porém, quer que todas as suas criaturas progridam e, portanto, não deixa impune qualquer desvio do caminho reto. Não há falta alguma, por mais leve que seja, nenhuma infração da sua lei, que não acarrete forçosas e inevitáveis consequências, mais ou menos deploráveis.
Daí se segue que, nas pequenas coisas, como nas grandes, o homem é sempre punido por aquilo em que pecou.
Os sofrimentos que decorrem do pecado são-lhe uma advertência de que procedeu mal. Dão-lhe experiência, fazem-lhe sentir a diferença existente entre o bem e o mal e a necessidade de se melhorar para, de futuro, evitar o que lhe originou uma fonte de amarguras; sem o que, motivo não haveria para que se emendasse. Confiante na impunidade, retardaria seu avanço e, consequentemente, a sua felicidade futura.
O Prêmio da Reencarnação
Entretanto, a experiência, algumas vezes, chega um pouco tarde: quando a vida já foi desperdiçada e turbada; quando as forças já estão gastas e sem remédio o mal. Põe-se então o homem a dizer: “Se no começo dos meus dias eu soubera o que sei hoje, quantos passos em falso teria evitado!
Se houvesse de recomeçar, conduzir-me-ia de outra maneira. No entanto, já não há mais tempo!” Como o obreiro preguiçoso, que diz: “Perdi o meu dia”, também ele diz: “Perdi a minha vida.” Contudo, assim como para o obreiro o sol se levanta no dia seguinte, permitindo-lhe neste reparar o tempo perdido, também para o homem, após a noite do túmulo, brilhará o sol de uma nova vida, em que lhe será possível aproveitar a experiência do passado e suas boas resoluções para o futuro.
Causas anteriores das aflições
Mas se há males nesta vida cuja causa primária é o homem, outros há também aos quais, pelo menos na aparência, ele é completamente estranho e que parecem atingi-lo como por fatalidade.
Tal, por exemplo:
- A perda de entes queridos e a dos que são o amparo da família.
- Tais, ainda, os acidentes que nenhuma previsão poderia impedir;
- Os reveses da fortuna, que frustram todas as precauções aconselhadas pela prudência;
- Os flagelos naturais,
- As enfermidades de nascença, sobretudo as que tiram a tantos infelizes os meios de ganhar a vida pelo trabalho;
- As deformidades, a idiotia, o cretinismo etc.
Os que nascem nessas condições, certamente nada hão feito na existência atual para merecer, sem compensação, tão triste sorte, que não podiam evitar, que são impotentes para mudar por si mesmos e que os põe à mercê da comiseração pública.
Por que, pois, seres tão desgraçados, enquanto, ao lado deles, sob o mesmo teto, na mesma família, outros são favorecidos de todos os modos?
Que dizer, enfim, dessas crianças que morrem em tenra idade e da vida só conheceram sofrimentos? Problemas são esses que ainda nenhuma filosofia pôde resolver, anomalias que nenhuma religião pôde justificar e que seriam a negação da bondade, da justiça e da providência de Deus, se se verificasse a hipótese de ser criada a alma ao mesmo tempo que o corpo e de estar a sua sorte irrevogavelmente determinada após a permanência de alguns instantes na Terra.
Que fizeram essas almas, que acabam de sair das mãos do Criador, para que se vissem, neste mundo, a braços com tantas misérias e para merecerem no futuro uma recompensa ou uma punição qualquer, visto que não hão podido praticar nem o bem, nem o mal?
Todavia, por virtude do axioma segundo o qual todo efeito tem uma causa, tais misérias são efeitos que hão de ter uma causa e, desde que se admita um Deus justo, essa causa também há de ser justa.
Ora, ao efeito precedendo sempre a causa, se esta não se encontra na vida atual, há de ser anterior a essa vida, isto é, há de estar numa existência precedente.
Por outro lado, não podendo Deus punir alguém pelo bem que fez, nem pelo mal que não fez, se somos punidos, é que fizemos o mal; se esse mal não o fizemos na presente vida, tê-lo-emos feito noutra. É uma alternativa a que ninguém pode fugir e em que a lógica decide de que parte se acha a Justiça de Deus.
O homem, pois, nem sempre é punido, ou punido completamente, na sua existência atual; mas não escapa nunca às consequências de suas faltas. A prosperidade do mau é apenas momentânea; se ele não expiar hoje, expiará amanhã,
"ao passo que aquele que sofre está expiando o seu passado".
O infortúnio que, à primeira vista, parece imerecido tem sua razão de ser, são muitas vezes a consequência da falta cometida, isto é, o homem, pela ação de uma rigorosa justiça distributiva, sofre o que fez sofrer aos outros.
- Se foi duro e desumano, poderá ser a seu turno tratado duramente e com desumanidade;
- Se foi orgulhoso, poderá nascer em humilhante condição;
- Se foi avaro, egoísta, ou se fez mau uso de suas riquezas, poderá ver-se privado do necessário;
- Se foi mau filho, poderá sofrer pelo procedimento de seus filhos etc.
A Terra lugar de Expiação
Assim se explicam pela pluralidade das existências (reencarnação) e pela destinação da Terra, como mundo expiatório, as anomalias que apresenta a distribuição da ventura e da desventura entre os bons e os maus neste planeta.
Semelhante anomalia, contudo, só existe na aparência, porque considerada tão só do ponto de vista da vida presente. Aquele que se elevar, pelo pensamento, de maneira a apreender toda uma série de existências, verá que a cada um é atribuída a parte que lhe compete, sem prejuízo da que lhe tocará no mundo dos Espíritos, e verá que a Justiça de Deus nunca se interrompe.
A cada vicissitude, cumpre-lhe lembrar-se de que, se pertencesse a um mundo mais adiantado, isso não se daria e que só de si depende não voltar a este, trabalhando por se melhorar.
Escolha das Provas
As tribulações podem ser impostas a Espíritos endurecidos, ou extremamente ignorantes, para levá-los a fazer uma escolha com conhecimento de causa. Os Espíritos penitentes, porém, desejosos de reparar o mal que hajam feito e de proceder melhor, esses as escolhem livremente.
Tal o caso de um que, havendo desempenhado mal sua tarefa, pede lha deixem recomeçar, para não perder o fruto de seu trabalho. As tribulações, portanto, são, ao mesmo tempo, expiações do passado, que recebe nelas o merecido castigo, e provas com relação ao futuro, que elas preparam.
Rendamos graças a Deus, que, em sua bondade, faculta ao homem reparar seus erros e não o condena irrevogavelmente por uma primeira falta.
Nem todo sofrimento é expiação do passado
Não há crer, no entanto, que todo sofrimento suportado neste mundo denote a existência de uma determinada falta. Muitas vezes são simples provas buscadas pelo Espírito para concluir a sua depuração e ativar o seu progresso.
Assim, a expiação serve sempre de prova, mas nem sempre a prova é uma expiação. Provas e expiações, todavia, são sempre sinais de relativa inferioridade, porquanto o que é perfeito não precisa ser provado. Pode, pois, um Espírito haver chegado a certo grau de elevação e, nada obstante, desejoso de adiantar-se mais, solicitar uma missão, uma tarefa a executar, pela qual tanto mais recompensado será, se sair vitorioso, quanto mais rude haja sido a luta.
Suportar sem Reclamar
Tais são, especialmente, essas pessoas de instintos naturalmente bons, de alma elevada, de nobres sentimentos inatos, que parece nada de mau haverem trazido de suas precedentes existências e que sofrem, as maiores dores, somente pedindo a Deus que as possam suportar sem murmurar.
Pode-se, ao contrário, considerar como expiações as aflições que provocam queixas e impelem o homem à revolta contra Deus. Sem dúvida, o sofrimento que não provoca queixumes pode ser uma expiação; mas é indício de que foi buscada voluntariamente, antes que imposta, e constitui prova de forte resolução, o que é sinal de progresso.
A Felicidade 24h por dia
Os Espíritos não podem aspirar à completa felicidade, até que não se tenham tornado puros: qualquer mácula lhes interdita a entrada nos mundos ditosos. São como os passageiros de um navio onde há pestosos, aos quais se veda o acesso à cidade a que aportem, até que se hajam expurgado.
"Mediante as diversas existências corpóreas é que os Espíritos se vão expungindo, pouco a pouco, de suas imperfeições".
As provações da vida os fazem adiantar-se, quando bem suportadas ("Eis um segredo"). Como expiações, elas apagam as faltas e purificam. São o remédio que limpa as chagas e cura o doente.
Se reclamar terá de Recomeçar
Quanto mais grave é o mal, tanto mais enérgico deve ser o remédio. Aquele, pois, que muito sofre deve reconhecer que muito tinha a expiar e deve regozijar-se à ideia da sua próxima cura.
Dele depende, pela resignação, tornar proveitoso o seu sofrimento e não lhe estragar o fruto com as suas impaciências, visto que, do contrário, terá de recomeçar (nada mais decepcionante).
A humanidade não é só os 8 bilhões
Muitos se admiram de que na Terra haja tanta maldade e tantas paixões grosseiras, tantas misérias e enfermidades de toda natureza, e daí concluem que a espécie humana bem triste coisa é.
Provém esse juízo do acanhado ponto de vista em que se colocam os que o emitem e que lhes dá uma falsa ideia do conjunto. Deve-se considerar que na Terra não está a Humanidade toda, mas apenas uma pequena fração da Humanidade.
Com efeito, a espécie humana abrange todos os seres dotados de razão que povoam os inúmeros orbes do Universo. Ora, que é a população da Terra, em face da população total desses mundos?
Muito menos que a de uma aldeia, em confronto com a de um grande império. A situação material e moral da humanidade terrena nada tem que espante, desde que se leve em conta a destinação da Terra e a natureza dos que a habitam.
A Terra é uma prisão, um Hospital
Faria dos habitantes de uma grande cidade falsíssima ideia quem os julgasse pela população dos seus quarteirões mais ínfimos e sórdidos.
- Num hospital, ninguém vê senão doentes e estropiados;
- Numa penitenciária, veem-se reunidas todas as torpezas, todos os vícios;
- Nas regiões insalubres, os habitantes, em sua maioria, são pálidos, franzinos e enfermiços.
Pois bem: figure-se a Terra como um subúrbio, um hospital, uma penitenciária, um sítio malsão, e ela é simultaneamente tudo isso, e compreender-se-á por que as aflições sobrelevam aos gozos, porquanto não se mandam para o hospital os que se acham com saúde, nem para as casas de correção os que nenhum mal praticaram; nem os hospitais e as casas de correção se podem ter por lugares de deleite.
Ora, assim como, numa cidade, a população não se encontra toda nos hospitais ou nas prisões, também na Terra não está a Humanidade inteira. E, do mesmo modo que do hospital saem os que se curaram e da prisão os que cumpriram suas penas,
"o homem deixa a Terra quando está curado de suas enfermidades morais".
Resumo
Se você chegou nesse artigo é porque está pronto para receber as respostas que tanto buscava. Não despedisse sua jornada, sua presente vida, com reclamações; gerando novos débitos.
Ainda está em tempo: pratique a gratidão, saiba que a justiça de Deus é derramada em cada área da sua vida, sendo você o responsável por tudo que planta. Tenha fé no futuro, aceite cada problema, cada mazela da vida; e as veja com oportunidades de quites de dívidas; e lições valiosíssimas. As vezes só aprendemos pela dor mesmo!
Namastê / Laroyê
Fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo e Bíblia versão João Ferreira de Almeida★ACESSE TODOS OS ESTUDOS★