30.11.25

SENTIMENTO, EMOÇÃO E RAZÃO

Emoção e Sentimento são a mesma coisa?

Os termos acabam sendo utilizados como sinônimos, mas eles têm diferenças significativas que, se bem observadas, podem ampliar nossa compreensão sobre o comportamento dos outros; inclusive de nós mesmos.

A emoção é um conjunto de ações, portanto, é uma coisa que se desenrola com ações sucessivas. Não tem nada a ver com o que se passa na mente.

É desencadeado pela mente, mas acontece com ações que acontecem dentro do corpo físico: nos músculos, coração, pulmões, nas reações endócrinas...

Por exemplo: Quando um ente querido desencarna podemos sentir emoções como tristeza, saudade, culpa, remorso etc. 

Por outro lado, se temos o conhecimento da vida imortal, mesmo com saudade sentimos alegria, pois a morte é mudança de plano apenas, e quando o Espírito deixa o corpo pelo fenômeno da desencarnação, na verdade é uma grande libertação.


Sentimentos Elevados e não Elevados

Sentimentos são, por definição, a
experiência mental que nós temos do que se passa no corpo. É o mundo que se segue (à emoção).

Mesmo que se dê muito rapidamente, em matéria de segundos, primeiro são as ações e pode-se ver sem nenhum microscópio. Você pode me ver tendo uma emoção, não vê tudo, mas vê uma parte.

Pode ver o que se passa na minha cara, a pele pode mudar, os movimentos que eu faço etc; enquanto o sentimento você não pode ver.

O sentimento eu tenho; e você não sabe se eu tenho, ou não tenho. E se você tiver um sentimento de profunda tristeza por exemplo, mas se me quiser enganar, e quiser comportar-se como se estivesse alegre, vai me enganar mesmo, porque eu não posso saber o que está dentro da sua cabeça, posso tentar adivinhar, mas é diferente.

Isso é uma diferença fundamental. É a diferença entre aquilo que é mental e aquilo que é comportamental. É uma reação inata, o sistema de reações é inato e desencadeado por um determinado processo, geralmente um processo intelectual, uma coisa que se percebe, se ouve, que se vê, etc e depois acontece dentro do corpo dessa forma complexa.

Essa é a grande diferença. E como é evidente, é mais fácil perceber o que se passa objetivamente do que perceber uma coisa que se passa dentro da mente de outrem.

Por isso que "fingir" no plano espiritual não é possível, pois a cor da sua Aura denuncia a natureza de sentimentos ou emoções. Já os Espíritos experientes podem até ler seus pensamentos.

Fonte: António Damásio - Neurocientista Português



Sentimento Divino

Ninguém explica Deus! Não entre nesse labirinto; pois você não sairá dele. O que podemos é "tentar" compreender o Seu maior sentimento que é o AMOR.

Na realidade Ele é a Fonte do Amor Universal, e esse amor sustenta e transforma tudo. Seu amor é uma VIBRAÇÃO, por isso é preciso SENTIR.

Deus não tem emoções humanas, no entanto Deus - a Fonte Criadora possui vários sentimentos; dentre eles podemos citar:

Altruísmo, Caridade, Empatia, Benevolência, Alegria -  todas filhas do amor. E o Pai Universal faz tudo pela felicidade de todos. Esse é o maior objetivo da Fonte: Que todos os seus filhos sejam felizes.


Alegria e Felicidade

A alegria de encarnado é uma, e a alegria espiritual da vida imorredoura que Deus tem; é outra. Na matéria "achamos" que alegria é ganhar dinheiro, ter um carro zero, uma casa, um namoro e etc.

Tudo isso é legítimo e respeitável, mas é temporário. O que é então a alegria que NUNCA acaba? É a alegria que levamos na mente mesmo depois da morte do corpo físico! 

Podemos mudar de planeta, de dimensão, reencarnar e desencarnar e essa alegria (do Espírito) irá conosco até os confins do Universo.

A alegria espiritual é um sentimento do Espírito que está em sintonia com a Fonte, e independe do que acontece no corpo físico e no mundo material. 

A despeito de qualquer vicissitude, doença, dor, sofrimento ou falta, esse sentimento maior que a vida, acompanha aqueles que amam!

Só tem alegria quem ama! O amor carnal do sexo é uma emoção humana que acaba bem rápido por sinal. Já o amor Universal é um sentimento infinito, que nunca se esgota.

E a maneira mais rápida de "acumular" alegria imorredoura na mente é trabalhar pela felicidade dos outros. Aquele que é feliz deseja automaticamente que o outro também seja. 

E esse sentimento é conquistado com muito trabalho, não é magica, nem cai do céu, é fruto de muito trabalho no bem.

Quanto mais se trabalha pela felicidade dos outros, mais alegria se tem. E quanto mais ama, sem querer nada em troca, nada mesmo, mais nos aproximamos da Fonte Criadora que é amor PURO, puríssimo, e esse amor imensurável, inesgotável sempre tem algo novo, uma alegria nova, um motivo novo... É infinito!



Razão

Os animais um dia pela evolução serão humanos, mas são instintivos. Já o homem é um animal que despertou para a razão, ou seja, possui raciocino, mas ainda é animal. 

Emoções como felicidade ou tristeza os animais podem desenvolver em contato com o homem. Podem se tornar mansos ou violentos a depender do que ensinamos a eles.

Já os sentimentos elevados (angélicos) ou de baixa moral, são desenvolvidos na fase hominal pela mente através do pensamento contínuo.

'Razão' é a capacidade mental de raciocinar logicamente, é a faculdade de pensar, deduzir e chegar a conclusões com base em fatos e lógica, opondo-se ao ceticismo, misticismo, fé ou emoção.


Resumo

Tudo está em evolução! O homem evolui encarnado ou desencardo. Trabalha suas emoções dentro da maquina física e desenvolve, desperta sentimentos mais ou mesmo elevados conforme sua capacidade e momento evolutivo.

O Universo é movido pelo Amor, e o Amor é um SENTIMENTO! As emoções humanas são um "ensaio" para que o verdadeiro sentimento desperte dentro de cada um de nós. 

As emoções humanas são temporárias, tão passageiras tanto quanto o corpo físico, já os sentimentos de amor Crístico devidamente praticados e vivenciados se tornam parte de nós, NOS TORNAMOS ISSO.

Que possamos buscar aquilo que não morre, aquilo que levamos no além túmulo, nossas obras de amor.

Namastê / Laroyê

23.11.25

ANIMISMO X MISTIFICAÇÃO

👉Animismo

É o fenômeno em que a própria personalidade do médium influencia ou produz a comunicação mediúnica, sem que o espírito comunicante esteja atuando. 

Em vez de transmitir a mensagem do espírito, o médium manifesta suas próprias ideias, sentimentos ou conhecimentos. 

Ou até mesmo onde pensamentos e sentimentos pessoais do médium podem se misturar com a comunicação espiritual. 

O animismo um pouco mais acentuado é normal no início do desenvolvimento, principalmente pelo médium ainda não compreender seus dons mediúnicos, como se manifestam, como é o efeito da incorporação e como seu corpo físico reage ao contato com a espiritualidade etc.

Com o tempo o médium vai interferir pouco e quando interfere, de forma inconsciente, contribui positivamente para o transe e trabalho com os espíritos.

É considerado um fenômeno natural e inevitável, que pode ser tanto positivo (quando fortalece a mensagem) ou negativo (quando distorce a mensagem). 

O médium deve se  educar para que a comunicação com o guia seja o mais claro possível, minimizando interferências.

Quando ocorre o animismo, o médium passa na incorporação ideias, conceitos e pensamentos seus, sobre a vida, e assuntos diversos. Interfere com a intenção de auxiliar o consulente.


👉Mistificação 

Médium contribuindo negativamente na incorporação de forma consciente.

O médium que não faz reforma íntima, não se evangeliza, não estuda entra em sintonia com espíritos das trevas; e usa a mediunidade para fins nefastos.  

O médium interfere na incorporação, passando à frente do guia de luz ou até se passando por ele; com intenções baixas e infelizes.

Alguns médiuns desequilibrados fingem estar incorporados com entidades venerandas para suprir seu ego e enganar os consulentes.


Como identificar uma mistificação? 

Converse com o Espírito comunicante! Analise o conteúdo da mensagem. Aí está a maior prova! Espíritos amigos irão sempre aconselhar para o aperfeiçoamento e evolução espiritual. 

Mas não se engane com Espíritos pseudo sábios que sabe neutralizar sua energia trevosa. Energia não mente, no entanto os mais experientes conseguem neutralizar sua energia densa.

Eles sabem falar manso, educado, são elegantes e nem sempre dão conselhos negativos.

Indícios de interferência no livre arbítrio alheio, previsões do futuro apocalípticas, amarração, vingança, sacrifícios de animais e oferendas são claros indícios de mistificação.

Segue abaixo uma excelente explicação sobre o tema com o Médium Raul Teixeira


E caso deseje mais informações; assista o vídeo do Médium Pedro Augusto. 👉AQUI👈


Namastê / Laroyê

17.11.25

CRUZEIRO DAS ALMAS - ORAÇÃO PARA DESENCARNADOS

O Cruzeiro das Almas é um local de destaque em cemitérios simbolizado por uma grande cruz, que serve como referencia para auxiliar Espíritos a transitarem para o plano espiritual.

Muitos acendem velas, fazem orações, rezas e homenagens a entes queridos.

No entanto não existem regras, rituais, cartilhas religiosas para se fazer esse tipo de trabalho. Não é necessário velas, cruzes, amuletos, oferendas, absolutamente nada disso!

Somente um elemento para auxiliar os Espíritos recém desencarnados ou sofredores: Oração e amor!!!

Quem sente o chamado para orar nos cemitérios pode realizar as preces presencialmente ou a distancia. 

Mentalize um cemitério da sua preferencia, sintonize com seu guia espiritual e com os guardiões do cemitério e pronto: Comece a orar e emanar amor, somente AMOR!

O ectoplasma e a energia de amor, será usada pelos benfeitores espirituais para auxiliar nossos irmãos em diversas condições.

Segue a sugestão do livro: "A Hora do Adeus" pelo Espírito Luiz Sergio; e clicando na imagem dará acesso a uma palestra com o Médium Pedro Augusto canalizado com o Exu Caveira; com mais informações sobre Orações pelos mortos!

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Namastê / Laroyê

16.11.25

ESPIRITISMO E RELIGIÃO

PERGUNTA: Inúmeros espiritualistas e religiosos acham impertinência e presunção o fato de os espíritas apregoarem que o Espiritismo é o próprio Cristianismo redivivo. Que dizeis?

RAMATÍS: Evidentemente, isso é possível quando exista semelhança de ação entre ambos. 

O Cristianismo era doutrina desprovida de pompas, complexidades, dogmas, ritos e compreensível por todas as criaturas, pescadores, campônios, mulheres, crianças, velhos, sacerdotes ou doutores. 

Revelava os atributos naturais do espírito imortal, estimulando o homem para o culto das virtudes superiores e balsamizando os efeitos do pecado.

O Cristianismo era movimento sem hierarquia, cuja força e pureza doutrinárias dispensavam intérpretes especiais, pois tocava diretamente na alma e no coração das criaturas. 

Os homens reuniam-se sob a carícia do Sol amigo, bafejados pela brisa deliciosa da Galiléia, enquanto escutavam Jesus falar-lhes das cousas ternas, das esperanças do “reino de Deus” e do prazer sublime de ajudar o próximo

Tudo era simples, sem preconceitos, sem exigências filosóficas ou consultas complexas. Quando Jesus pregava, os bens mais valiosos do mundo material eram superados pela indescritível paz de espírito e serenidade que envolviam seus discípulos e ouvintes.

Em consequência, o Espiritismo é doutrina profundamente eletiva ao Cristianismo porque também dispensa práticas iniciáticas, dogmas, compromissos, rituais, oferendas, símbolos, insígnias e sacerdócio organizado. 

O Cristo-Jesus manifesta-se em qualquer lugar e a qualquer hora, à luz do dia ou da noite, em ambiente fechado ou aberto, nos campos ou nas cidades, inspirando os homens que o evocarem para realizar cousas sublimes.

Assim, como fariam os antigos cristãos, os espíritas também cuidam da realidade espiritual, diretamente, em reuniões simples, sem atavios, cerimônias ou idolatrias.


PERGUNTA: Mas um dos fundamentos do Espiritismo é comprovar, pela mediunidade, a imortalidade da alma. Não é assim?

RAMATÍS: Não basta só provar a existência da alma pela fenomenologia mediúnica, mas também é preciso desenvolver no espírito humano as qualidades evangélicas apregoadas por Jesus. 

Os espíritas sabem que é mais sensato e proveitoso exercitar nas criaturas a paz, ternura, humildade e o amor, que convertem à angelitude, do que apenas surpreendê-las com os fenômenos transitórios referentes à imortalidade.

Sem dúvida é muito importante para os espíritas comprovarem a sua sobrevivência após a morte física; mas ainda é mais valiosa a transformação moral e libertação dos instintos animais, que livram o ser da roda indesejável das encarnações expiatórias.

Indubitavelmente, é grande tolice o homem saber da existência do Paraíso e nada fazer para habitá-lo! 

O fenômeno psíquico demonstra características da revelação, mas não é processo fundamental para melhorar a evolução da alma.

O Espiritismo afiniza-se bastante com o Cristianismo, principalmente, pela mesma finalidade doutrinária de transformar o homem animalizado em cidadão angélico. 

Os fenômenos espetaculares, embora impressionem, não transformam sentimentos maus em virtudes sublimes, nem as paixões violentas em afagos da alma. 

Isso só é possível através da renovação moral no santuário silencioso do ser!

Aliás, Jesus, o mais elevado instrutor da Terra, só prometeu fenômenos aos homens, depois de eles alcançarem a redenção espiritual. 

Em verdade, o homem evangelizado também é um fenômeno. Por isso, o Amado Mestre não fez milagres derrogando as leis do mundo, pois Ele era, acima de tudo, um sublime instrutor de almas! 

Jamais se prestou à condição de prestidigitador promovendo espetáculos incomuns às multidões supersticiosas.


PERGUNTA: O Espiritismo, porventura, também é uma religião?

RAMATÍS: Depende do que realmente considerais religião, pois o Espiritismo não é mais uma seita que se particularize entre os diversos tipos de associações religiosas do mundo. 

Contudo, é “Religião”, na acepção do vocábulo “re-ligare”, processo ou meio de religar o espírito do homem à Consciência Cósmica de Deus. 

Sua função é dinamizar o “quantum” energético da centelha espiritual que domina em sua intimidade, fazendo-a aflorar cada vez mais à superfície da transitória personalidade humana; e assim consolidando a individualidade eterna do ser consciente de existir no Universo! 

Não é movimento destinado a reunir homens e incentivá-los à adoração de Deus sob um aspecto particularizado; nem se distingue por cerimônias em templos, dogmas, compromissos ou posturas peculiares a estatutos religiosos. 

É norma de vida do Espírito encarnado, induzindo-o a libertar-se, o mais cedo possível, da animalidade que o prende aos ciclos encarnatórios nos mundos planetários. 

Mas tudo isso será exercido com um "estado" de espírito no homem, sem limitações, preconceitos, obrigações ou exigências aos seus fiéis e adeptos. 

O esforço da criatura em "religar-se" o mais cedo possível com o Pai, deve ser espontâneo ou voluntário. 

Jamais obrigatoriamente, pois isso lhe tiraria o mérito da ação.

As cerimônias, os ritos, os símbolos, as distinções hierárquicas que tanto impressionam os sentidos humanos, são recursos ou exterioridades, que podem identificar conjuntos de crentes praticando cultos religiosos simpáticos entre si, mas não provam estar presente o verdadeiro sentido da Religião. 

Em consequência, Religião é o esforço que a criatura empreende no sentido de maior sintonia com Deus, o que é perfeitamente compatível com o Espiritismo, cuja doutrina não pretende competir com as seitas religiosas do mundo, mas apenas esclarecer os homens independentemente de quaisquer compromissos devocionais.

A verdadeira religião não possui barreiras, não tem cor local ou limitações doutrinárias, pois abrange todas as criaturas que vivem dentro de uma norma ou esquema semelhante de entendimento espiritual. 

É uma atividade legitimamente espiritual, que universaliza o Espírito, aprimora a mente e sensibiliza o coração' através de maior compreensão das Leis da Vida e de Deus!


PERGUNTA: Dizeis que a verdadeira religião vem do vocábulo "religare" e tem por função precípua "religar" o espírito do homem ao Espírito de Deus. 

Porventura, nós não somos "ligados" com Deus mediante os atributos que Dele possuímos, embora em grau infinitamente pequeno?

RAMATÍS: Sem dúvida, todas as criaturas constituem-se de centelhas emanadas de uma só Fonte Divina; e, portanto, mantêm-se indestrutivelmente ligadas com Deus. 

No entanto, ser a substância de algo é uma coisa e ter a consciência disso é outra!

Todos os homens estão ligados a Deus porque sua contextura fundamental é emanação Dele; porém, como o espírito surge ignorante e inconsciente, embora esteja ligado ao Pai que o criou, todo o esforço que ele executa no sentido de ampliar sua consciência e abranger maior amplitude da Consciência Cósmica de Deus, é um processo "religioso" de "religar-se"! 

O espírito já está ligado a Deus pela circunstância de ser criação Dele, mas depois procura a sua "religação" pelo desenvolvimento da consciência.

Deste modo, o Espiritismo também é uma Religião, como é todo o movimento destinado a desenvolver a consciência espiritual do ser. 

Mas nada tem a ver com as organizações sectaristas religiosas, que possuem métodos exclusivos e dogmáticos para os seus cultos e adorações ao Pai. 

Através do Espiritismo o homem aprende que esse "religamento" ao Criador deverá se efetuar através de obras, feitos e auto-evangelização, em vez de sua escravidão a credos, crenças, adorações, compromissos, cerimônias ou dogmas!


PERGUNTA: Considerais, então, que o Espiritismo é realmente o Cristianismo Redivivo?

RAMATÍS: O Espiritismo é a revivência do Cristianismo, tanto pela sua doutrina moral quanto à elevação do homem, como por sua mensagem consoladora prometida por Jesus. 

Ademais, Allan Kardec levantou corajosamente a ponta do "Véu de Ísis", popularizou os ensinamentos e as práticas iniciáticas, que antigamente só eram permissíveis nas iniciações ocultas aos discípulos eruditos. 

As antigas práticas mediúnicas e complexas desses santuários foram simplificadas em preceitos claros e lógicos, através de obras didáticas aos médiuns estudiosos e interessados no seu progresso espiritual sensato e fora dos perigos do empirismo improdutivo. 

As vésperas do "Terceiro Milênio" ou do "Milênio do Mentalismo", a doutrina espírita é um curso espiritual valioso para o homem libertar-se dos dogmas opressivos, das práticas supersticiosas, das descrenças infantis e ampliar sua consciência para a realidade do "Eu Superior".

Através da singeleza do Espiritismo, o homem comum ficou ciente dos valores espirituais adormecidos em sua própria alma; e já pode orientar-se para uma compostura moral superior no mundo físico até conseguir o seu passaporte para o ingresso definitivo no seio da humanidade angélica. 

Ademais, os postulados espíritas não devem ser confundidos com os princípios de seitas exclusivistas, ou isolacionistas. 

Realmente, eles interpretam à luz do século XX os próprios ensinamentos do Cristianismo de Jesus, como o fermento divino ativando a vivência do meio onde atua. 

Não compete ao Espiritismo atear contendas religiosas ou exacerbar os fanatismos humanos; também não lhe cumpre qualquer defensiva ortodoxa ou separativista nas competições religiosas do mundo. 

É movimento filosófico espiritual de disciplina científica mas, acima de tudo, orientação moral da alma subvertida na senda das ilusões do mundo carnal!


PERGUNTA: Por que as religiões não puderam cumprir sua missão de esclarecimento sobre os homens?

RAMATÍS: As religiões, como o Catolicismo, Mosaísmo, Hinduísmo, Confucionismo, Protestantismo, Budismo e outros movimentos hierárquicos, similares, perderam o contato iniciático com a pureza da fonte em que se inspiraram.

Comumente, aliaram-se aos poderes do mundo de César, tisnando a simplicidade iniciática no jogo perigoso das especulações políticas e na posse dos bens temporais. 

Atualmente, inúmeros sacerdotes católicos, que haviam fugido do mundo profano para a segregação dos conventos, mosteiros ou seminários, depois de liberados desse isolamento, eis que retomam à esfera pública para conquistar uma cadeira de deputado, senador ou vereador.

Assim, de principio, eles renunciam ao mundo profano e aos deveres do cidadão comum, recolhendo-se voluntariamente à vida monástica; mais tarde, voltam a competir com o poder temporal público num desmentido à sua anterior renúncia. 

Eleitos para divulgarem os bens do Cristo, depois competem para conquistar as gloríolas políticas da vida efêmera do mundo material!

Essas disposições contraditórias de renúncia e competição profanas, próprias dos lideres de algumas religiões do mundo, terminam lançando a desconfiança nos próprios fiéis e enfraquecendo-lhes o interesse espiritual. 

Antigamente, os sacerdotes eram considerados os procuradores da Divindade, sendo-lhes vedados os negócios subalternos da existência profana. 

Significavam os emissários de um mundo superior e liberto das inferioridades e paixões próprias da vida terrena, sem rebaixar-se aos mesmos desejos, objetivos e cobiças comuns. 

No entanto, a religião falhou redondamente na sua missão salvacionista e educativa do homem, porque além das contrafações dos seus representantes, ainda pontifica as mesmas fantasias bíblicas, nega a reencarnação e impõe dogmas que lançam a desconfiança ao mais inculto ginasiano! (1)

(1) Aliás, no Brasil é muito comum as obras escritas por padres solteiros, que pontificam expondo regras de como criar filhos, viver conjugalmente, atender aos problemas nevrálgicos do sexo, ou perigos do divórcio. Paradoxalmente, enquanto no seio das igrejas pregam as mais ingênuas fantasias decalca das da Bíblia, arvoram-se em sábios nos problemas mais severos da humanidade.

Enquanto os satélites rodam em torno da Terra, os submarinos atômicos rompem as calotas polares e a Ciência substitui rins ou corações combalidos, os sacerdotes católicos e pastores protestantes ainda pregam seriamente a subida de Elias ao céu, num carro de fogo, de Habacuc pelos cabelos, enquanto Jesus e Maria ascensionaram em corpo físico.


PERGUNTA: Considerando-se que as religiões de diversos povos falharam na missão de esclarecimento espiritual da humanidade, em virtude de sua adesão aos poderes políticos e temporais do mundo profano, porventura isso também não poderá acontecer ao Espiritismo?

RAMATÍS: 
Sem dúvida, nem todos os espíritas e médiuns cumprem rigorosamente os princípios superiores da doutrina, pois alguns também se desorientam devotando-se ao mundo de César e olvidando o mundo do Cristo!

No entanto, a segurança do Espiritismo fundamenta-se na sua libertação radical dos cultos externos, dogmas, compromissos, símbolos, rituais, adorações ou cerimônias complexas, que satisfazem os crentes quanto à sua obrigação externa, mas não lhes transforma o espírito. 

Aliás, Allan Kardec pregou mui sensatamente que "conhece-se o espírita pela sua transformação moral incessante". 

Os adeptos das igrejas do culto externo precisam de sacerdotes, pastores, lideres, adeptos, mestres, swamis, ou rabinos, que lhes proporcionam os meios de cumprirem suas obrigações religiosas habituais.

Essas igrejas socorrem-se dos recursos mais exóticos e pitorescos do mundo profano, que deforma a sua significação espiritual para atrair as multidões ainda impressionáveis pelos sentidos físicos. 

São procissões e encontros de imagens dramatizadas, introdução de ritmos modernos nos ofícios religiosos, que aumentam a quantidade de crentes, mas também sacrifica bastante o grau de qualidade espiritual! 

culto externo requer, também, uma espécie de propaganda dirigida, com "slogans" sugestivos e recursos da radiofonia, televisão, teatro e cinema, à semelhança dos recursos profanos. 

E os fiéis então se julgam dispensados de outras obrigações íntimas para com a sua igreja, porque frequentam o santuário e atendem aos sacerdotes em todas as festividades e conclamações cerimoniais dos dias santificados. 

Em consequência, grande parte do ensinamento do "homem interno" foi sacrificado pela cerimônia exterior, e os católicos, principalmente, consideram-se quites com os seus deveres religiosos tão-somente pela sua disciplinada frequência ao templo!

Mas a doutrina espírita, cuja principal atividade é o "culto interno do espírito", não pode admitir qualquer abastardamento, mistificação ou contradição moral de seus adeptos, porque isso, os coloca à margem pelos próprios simpatizantes, discípulos ou orientadores.

Ninguém mais confia nos empreendimentos espiritistas dos espíritas facciosos e os deixam a sós com suas imprudências censuráveis, porque não é a cerimônia, a liturgia, o ritual ou a frequência incessante à igreja o motivo essencial da doutrina, mas, acima de tudo, a autenticidade do critério moral e a atividade escrupulosa. 

No seio do Espiritismo codificado, os negociadores, mistificadores ou vaidosos, tresmalham-se entre os espíritos sadios. 

Eles então se constituem em movimentos à parte, anômalos e excêntricos, que não inspiram confiança e não gozam de chancela espiritista. 

Ficam na marginalidade, malgrado se esforcem para corresponder às exigências salutares da maioria.


PERGUNTA: 
Porventura, não se poderia julgar que o Espiritismo, sendo movimento de sentido universalista, às vezes também censura outros credos, embora não seja uma seita a competir com as demais religiões?

RAMATÍS: A verdade é simples. Cada religião ou doutrina espiritualista
viceja e atende a um determinado coeficiente de adeptos durante certo tempo, até lhes saturar o entendimento. 

O Cristianismo substituiu o Judaísmo e o Catolicismo é o Cristianismo já deformado em sua fórmula iniciática, simples e direta ao espírito do homem! 

O Espiritismo, no entanto, é um novo esforço empreendido pelo Alto no sentido de recuperar a simplicidade do Cristianismo sem o atravancamento de dogmas, liturgias e cerimoniais fatigantes.

Em consequência, assim como o Cristianismo superou o Mosaísmo e o Protestantismo protestou contra o Catolicismo na sua exuberância formalística e cerimonial luxuoso, o Espiritismo vem divulgar a imortalidade e os deveres da alma, dispensando as fórmulas arcaicas e improdutivas das religiões sectárias. 

É movimento conciliador da necessidade espiritual e mental do homem do século XX, em sintonia com o avanço apressado da Ciência humana no campo das energias do próprio mundo oculto. 

Alicerçado no Evangelho de Jesus para orientar o homem na sua conduta moral e na Ciência que projeta e garante a estabilidade e o progresso da existência material, o Espiritismo ainda subsistirá por muitos milênios, embora se possa corrigir alguns postulados futuramente inadequados ou obsoletos às novas formas de vida! 

Dispensando a roupagem misteriosa dos símbolos, dogmas e fantasias próprias de várias religiões do mundo, a doutrina espírita também evita o prosaísmo de mobilizar os recursos transitórios da matéria, para valorizar as qualidades eternas do Espírito imortal!

Aliás, o Espiritismo, como doutrina universalista, não pretende guerrear a Igreja Católica e demais religiões, que ainda cumprem a sua missão digna junto à humanidade invigilante. 

No entanto é obrigado a esclarecer aos seus adeptos de que não cultua dogmas, superstições pagãs, fantasias bíblicas ou liturgias e pompa. 

O seu movimento admite e conjuga-se a todos os empreendimentos da Ciência Acadêmica e descobertas de novos valores progressistas do mundo. 

Deste modo, recusa-se a acrescentar aos seus postulados doutrinários a bagagem das crenças supersticiosas do passado, pulverizadas pelas comprovações científicas do vosso mundo atual.


PERGUNTA: 
E qual seria a função de religiosidade do Espiritismo, em nossa época?

RAMATÍS: Os mentores da Terra, na atualidade, buscam entre os "muitos chamados e poucos escolhidos", os colaboradores ativos e corajosos, que possam atender ao serviço religioso do Cristo à luz do dia, em favor da humanidade. 

Porém, essa tarefa inadiável não pode ser exercida só em "momentos religiosos" dentro das igrejas ou sob "compromissos iniciáticos" nas confrarias esotéricas; nem apenas em "momentos de meditação", nas lojas teosóficas, nas disciplinas ou pesquisas dos agrupamentos rosacruzes, ou, ainda, nas reuniões fraternas dos esoteristas.

O mundo conturbado exige, cada vez mais, que os sadios de espírito e entendidos da imortalidade cooperem incessantemente em todos os momentos da existência humana e principalmente fora dos templos e das confrarias iniciáticas. 

Os verdadeiros servidores do próximo hoje dão tudo o que possuem de talento experiência e realização espiritual na vida em comum com os demais irmãos de jornada terrena. 

Eis por que o médium, hoje, é uma figura em constante atividade, a mover-se por todos os cantos da cidade a fim de consolar, aliviar dores ou solucionar problemas angustiosos no seio de quaisquer famílias.

Indubitavelmente, ele terá de viver existência regrada, conduta sadia e impecável no contato com os demais seres, pois embora seja um cidadão comum do mundo, é, também, o sacerdote sem paramentos, que oficia a religião do Amor do Cristo!


Namastê / Laroyê

9.11.25

O ESPIRITISMO E O EVANGELHO

Em "A Missão do Espiritismo" pela mediunidade de 'Hercílio Maes'; analisemos as informações trazidas pelo mestre Ramatis sobre o Evangelho do Cristo.


PERGUNTA:
Por que Allan Kardec fundamentou a doutrina espírita sobre o Evangelho de Jesus, quando dizia tratar-se de doutrina filosófica e científica?

RAMATÍS: O Espiritismo é doutrina completamente liberta de quaisquer ritos, devoções, hierarquias, símbolos e idolatrias, pois Allan Kardec preocupou-se em evitar que os postulados da codificação pudessem se abastardar, no futuro, devido à divergência de interpretações pessoais. 

Os ensinamentos espíritas vão diretos ao entendimento do homem, sem o enigma dos dogmas peculiares das seitas religiosas. Tudo é claro e fácil; não há vocabulário iniciático, mistérios ou símbolos que exijam pesquisas demoradas e análise profunda para suas interpretações.

O codificador sempre considerou o Espiritismo como Religião, mas num sentido filosófico (e não de seita), cuja doutrina é de confraternização e comunhão de pensamentos sobre as próprias leis da Natureza. 

As reuniões espíritas devem realizar-se com recolhimento e o devido respeito por ideais tão valiosos e sublimes, como crer em Deus, na imortalidade da alma, na retificação espiritual através da reencarnação, na ventura humana, na igualdade de justiça, na prática da caridade e no exercício incondicional do Bem.

"Ideias contidas no discurso de Allan Kardec, pronunciado na Sociedade Parisiense, em 1º de novembro de 1868".

Em consequência, o Espiritismo é realmente doutrina de “sentido religioso”, uma iniciativa sensata para “religar” a criatura ao Criador através do processo mais digno do Espírito imortal. 

Além de doutrina filosófica e afim à Ciência do mundo, também prega o culto religioso na sublime intimidade das criaturas para maior aproximação do Criador! 

Allan Kardec reconheceu que não havia Código Moral mais avançado e eletivo aos propósitos do Espiritismo do que o Evangelho de Jesus.


PERGUNTA: Quais foram os principais motivos que fizeram Allan Kardec preferir o Evangelho de Jesus para fundamentar a moral de sua doutrina?

RAMATÍS: Em primeiro lugar, porque os ensinamentos de Jesus, assim como os postulados espíritas, são simples e destituídos de fórmulas ou símbolos complicados.

Ademais, Jesus não exigia que os homens se tornassem santos ou heróis sob a influência imediata de suas palavras. 

Ele ensinava os predicados do Céu no seio da vida em comum, nas ruas, nas estradas, nos campos, nos lares ou à beira das praias! O Mestre preferiu conviver entre o povo aflito e sofredor e que pedia consolações, em vez de interessar-se pelos poderes políticos ou complicações religiosas do mundo. 

Suas máximas eram simples, compreensivas e fluíam diretamente para o coração dos homens, através de recomendações inesquecíveis como “Ama ao próximo como a ti mesmo”, “Faze aos outros o que queres que te façam”, “Quem se humilha será exaltado” ou “Cada um colhe conforme suas obras”.

Jamais outro Código Moral tão sublime poderia fundamentar o Espiritismo, cuja doutrina também é um modelo de simplicidade, lógica e libertação. 

A verdade é que nenhuma moral ensinada pelos espíritos poderia se comparar com a prédica evangélica que Jesus expôs aos terrícolas. 

Allan Kardec, mais uma vez, comprovou a sua elevada missão entre os homens quando escolheu o Evangelho de Jesus para orientar as atividades espíritas.


PERGUNTA: Os católicos e reformistas contestam o fato de o Espiritismo interpretar o Evangelho a seu modo, e apenas o consideram mais um competidor na discussão milenária das seitas religiosas sobre as atividades de Jesus!

RAMATÍS: Jamais a doutrina espírita pretende isolar-se na esfera dogmática religiosa de interpretação exclusiva do Evangelho de Jesus, nem usá-lo como garantia de pontos de vista pessoais. 

Aliás, o Espiritismo já se consagrou por cem anos de atividades doutrinárias e realizações benfeitoras, sem qualquer imposição religiosa ou conluios políticos com os poderes do mundo de César.

Também não segue os ensinamentos de Jesus apenas como dogmas ou princípios estáticos no tempo, mas os divulga entre os homens pela força dinâmica do que Jesus viveu do berço à cruz! 

É o Cristo vivo, cujo calvário e crucificação foram lições imorredouras de renúncia, perdão e amor aos homens! 

Espiritismo não discute nem faz interpolações pessoais do que Jesus “disse”, ou o que ele “teria dito”; basta-lhe o sacrifício de sua vida cumprindo integralmente todo o bem que ensinou aos homens.


PERGUNTA: 
Qual o sentido mais íntimo do Evangelho com a doutrina espírita?

RAMATÍS: Sem dúvida, o principal objetivo da doutrina espírita é a redenção dos espíritos através de uma realização consciente e contínua, sem aguardar o milagre da santidade instantânea. 

O espírita deve interessar-se profundamente pelo seu próprio aperfeiçoamento, independente de confiar somente nos ensinamentos dos mestres ou doutrinadores.

Não basta a convicção na imortalidade da alma, mas principalmente a conversão à moral superior do Cristo!

Em consequência, nenhum Código Moral ou Tratado do Espírito Imortal pode ser mais eletivo à educação e libertação do espírita, do que o Evangelho de Jesus, cujos ensinamentos são absolutamente desapegados de quaisquer mistérios ou complexidades.

Daí a sua afinidade com o Espiritismo, que também é destituído de liturgias, dogmas e "tabus".

Não se trata de um conjunto de preceitos para uso alheio, pois eles foram caldeados na vivência pessoal do seu próprio autor! 

Jesus não estabeleceu um culto ostensivo a Deus, nem pregou às multidões o poder e a outorga divina de sacerdotes, mas foi muito claro ao dizer: "Quem quiser salvar-se, pegue de sua cruz e siga-me!" 

Foi o convite direto e pessoal a cada homem em sua natureza física e capacidade espiritual!

Ademais, deu um toque divino em todas as situações e condições humanas infelizes, operando o milagre admirável de transformar angústias, fracassos e desesperos em forças vitais para o caminho do céu! 

Descerrou aos olhos dos homens uma nova era e transformou dores em bênçãos, vicissitudes em lições renovadoras, choros, sofrimentos e aflições em bem-aventuranças eternas! 

Em vez de menosprezar a vida física como um fardo indesejável ou aconselhar a fuga do mundo para a mística da adoração, ensinou o valor sacratíssimo do corpo carnal como instrumento necessário e imprescindível para o aperfeiçoamento da alma! 

Nenhum suspiro, nenhuma lágrima ou dor será perdida ante a magnanimidade do Senhor da Vida!

Evidentemente, há perfeita sintonia moral e espiritual em ambos os casos; Espiritismo e Evangelho! Ambos pedem a redenção humana e ambos valorizam a vida humana como ensejo educativo e não apenas condição expiatória ou apenas sofredora!


PERGUNTA: Como percebermos que a ação do Evangelho através do Espiritismo não se impregna das particularidades da própria doutrina espírita?

RAMATÍS: O principal papel do Espiritismo é o de revelar antecipadamente, aos homens de hoje, as condições superiores da vida futura. 

Apresenta, portanto, o esquema da ação humana do porvir com os postulados morais a serem admitidos hoje pelos homens.

Há de influir em todas as atividades, expondo roteiros sadios de vida superior; não como doutrina estática, de culto e sistema religioso particularizado, porém, vivência incondicional nas relações da vida em comum.

O Espiritismo, portanto, é lâmpada destinada a iluminar a humanidade; e o Evangelho é a Luz que o alimenta nesse desiderato superior. 

Mas não é o homem que deve aguardar a aproximação do Evangelho; porém, buscá-lo pelo exercício constante dos preceitos que ali estabelecem a norma da vida superior. 

O Evangelho é fonte criadora de homens incomuns; justos e não fortes, altruístas e não egoístas, humildes e não exaltados, ternos e não cruéis, pacíficos e não belicosos! 

Será o reino de homens santos ou de gigantes vencedores de suas próprias paixões, componentes de uma civilização de aristocracia espiritual, onde os brasões mais nobres não ostentam as armas da morte, mas trazem a insígnia da vida eterna e do Amor do Cristo!

Todos os problemas do mundo serão solucionados sob a lei aferidora do Evangelho, na vida fecunda e sublime de homens que se alimentam sob o amor fraterno do Divino Mestre!


PERGUNTA: Não basta o Evangelho por si, como um Código Moral superior para a humanidade terrícola? Ainda seria necessário o Espiritismo divulgá-lo através de suas atividades doutrinárias?

RAMATÍS: A doutrina espírita, pelo seu alto quilate moral de função libertadora, só pode ser intérprete de outra mensagem de maior valor, como é o Evangelho.

Sem culto externo, sem hierarquia sacerdotal e protegendo-se como doutrina universalista, é óbvio que lhe cabe disseminar entre os seus adeptos os ensinamentos do Mestre Jesus, escoimados das deturpações próprias dos homens, que costumam regular as atividades religiosas conforme seus interesses pessoais.



PERGUNTA: Mas há espíritas que sobrepõem o esclarecimento científico da doutrina antes do compungimento da pregação religiosa. Criticam a divulgação de um Evangelho excessivamente choroso, mas improdutivo! Que dizeis?

RAMATÍS: Realmente, há excesso de melodrama e de exortação lacrimosa de certos evangelizadores espíritas, sem proveito para a transformação espiritual positiva do homem. 

Evangelizar, na verdade, não é apenas exposição de conceitos e parábolas através de suspiros, palavras trêmulas e expressões compungidas, cousa mais própria das antigas tragédias gregas.

Há doutrinadores espíritas que se empolgam pelas próprias emoções, deslumbrados pelo efeito "pirotécnico" de sua oratória ao público. 

Aqui no Espaço, muitos sermonistas e pregadores famosos das mais variadas seitas religiosas vivem em estado de penúria, pois confundiram sua própria exaltação pessoal com a simplicidade e a magia eloquente do Evangelho! 

Do alto dos púlpitos, das tribunas, dos estrados de instituições religiosas ou espiritualistas, eles fascinaram, comoveram, impressionaram e hipnotizaram o público pela sua eloquência, memorização fabulosa e erudição incomuns do conhecimento do texto do Evangelho de Jesus!

Sem dúvida, exaltaram de modo altiloquente a grandiosidade, o poder e a força do Evangelho, em verdadeiros desafios de oratórias e criticas a adversários obstinados.

Encerravam suas prédicas e sermões sob a apoteose das multidões; o público sentia-se pigmeu diante de tais gigantes da palavra pródiga de metáforas, rendilhados e enfeites literários do mundo transitório, cuja altiloquência verbal exaltava e enaltecia a singela e tranquila palestra do Mestre Jesus.

Oradores incomuns, eles passaram pela Terra como meteoros fulgentes, trazendo na cauda o acervo de palavras e frases rebuscadas! 

No entanto, estavam ainda apegados à personalidade humana e bastante preocupados com o julgamento do público a respeito do seu talento e de sua arte. 

Muitas vezes sacrificavam a claridade e singeleza dos textos evangélicos, asfixiando-os sob a torrente de adjetivos brilhantes! As antologias do mundo ainda divulgam em páginas sedutoras o cântico oratório de alguns desses famosos oradores, destacando-lhes a erudição e o poder hipnótico da palavra. 

Há citações de personalidade absorvente, arte das filigranas e altiloquência incomum, mas pouco se diz do conteúdo libertador do Evangelho! 

Os ensinamentos do amoroso Jesus, então, lhes serviu de trampolim para firmar a gloríola humana.

Indubitavelmente, há razões para alguns espíritas científicos deplorarem o compungimento lacrimoso de certos evangelizadores, mais preocupados com a feição religiosa da doutrina e sacrificando o esclarecimento que dispensa a poesia, mas requer a atenção. 

Conforme conceituou o próprio Allan Kardec, o "Espiritismo será científico ou não sobreviverá"! Em consequência, é verdadeira tolice tentar-se reproduzir com os enfeites do mundo transitório, aquilo que Jesus disse de modo tão natural e simples, assim como as caixas de veludo não aumentam o valor das joias preciosas!

Não é preciso incutir, no público ouvinte, algo além das mensagens de redenção e esperança espiritual libertadora, que Jesus expôs de modo singelo, mas convincente, no seu admirável Evangelho. 

A propaganda eloquente não torna o diamante mais valioso, porque a sua valiosidade já é consagrada na escala dos metais preciosos. 

O Evangelho, como método de vida sublime e regra do mundo angélico, é de quilate tão superior, que a mais vasta erudição e eloquência humana jamais poderia acrescentar-lhe qualquer novo valor.

Ninguém se evangeliza prematuramente pelo toque galvanizante dos oradores incomuns, embora donos da palavra escorreita, poética e sedutora. 

É mais convincente a moral e os exemplos pessoais do orador que propaga o Evangelho, do que a sua erudição e eloquência sobre o público. 

Um gesto de irritação ou sarcasmo, palavras de crítica antifraterna ou desatenção, podem lançar a desconfiança sobre o orador mais famoso.

Porém, a benevolência, a exortação amiga e a palavra simples, o respeito e o bom julgamento, atraem e inspiram confiança no pior orador do mundo.

Auto-evangelização não se apregoa aos gritos estentóricos, teatralidades e altiloqüência das explosões emotivas! 

Que se pode acrescentar de mais valioso pelos recursos da erudição do mundo aos conceitos indestrutíveis e fáceis de se compreender, como o "Amai-vos uns aos outros, como eu vos amo", ou "Fazei aos outros o que quereis que vos façam"? 

Ninguém pode acrescentar ou deslocar uma vírgula nessas sentenças de libertação espiritual, pois Jesus, o seu Autor, o mais sábio dos homens, as ensinava sem os gestos da oratória brilhante e superficial do mundo.


PERGUNTA: Ouvimos famoso orador sacro protestar, em veemente sermão, que Allan Kardec cometeu censurável sacrilégio ao conjugar o Evangelho de Jesus à doutrina espírita! Que dizeis?

RAMATÍS: Aliás, foi o próprio Kardec quem assegurou, num conceito definitivo, que "o Espiritismo não traz moral diferente da de Jesus". 

Isso implica em enorme responsabilidade ao codificador e seus adeptos espíritas, porquanto não é a doutrina espírita que estatui uma moral superior, mas desde o seu ponto de partida já se submete de modo incondicional aos preceitos morais evangélicos do Mestre Jesus! 

Em consequência, Kardec subordinou a pesquisa e o saber do espírita à precípua condição de sua moral orientada pelo próprio Cristo Jesus. 

Louvavelmente inspirado, ele compreendeu que não bastaria somente o conhecimento ou a cultura do mundo para se conseguir a metamorfose do espírito humano, porém isso dependeria fundamentalmente de sua iluminação moral!

Quando elaborou o "Evangelho Segundo o Espiritismo", era sua intenção esclarecer os espíritas mais propriamente quanto à substância moral do Evangelho de Jesus e menos quanto a uma interpretação compungida ou de exagerado misticismo. 

Kardec expôs os ensinamentos do Divino Mestre como um "Código Moral" para ser vivido fora de discussões e interpretações pessoais baseadas na frialdade da letra. 

Acima dos sofismas, da dialética discutível, da cronologia dos acontecimentos e dos aspectos psicológicos de raça ou credo, ele preocupou-se fundamentalmente com a força positiva e moral que os ensinos de Jesus deveriam exercer no homem! 

Em vez de adotar o Evangelho como repositório de "fé" ou "mística" para uso exclusivamente religioso, preferiu-o para orientar o homem na vida profana!

Jamais o codificador cometeu qualquer heresia, ao conjugar o Evangelho como disciplina moral dos espíritas, pois não destorceu nenhum preceito sob qualquer interpretação pessoal, não discutiu a configuração nem o maciço das fórmulas evangélicas.

Extraiu o espírito do ensinamento cristão para oferecê-lo limpidamente ao entendimento dos homens de boa vontade! 

Espírito sensato e humilde, Allan Kardec preferiu o jugo suave do Evangelho de Jesus para consolidar o "Código da Moral Espírita", em vez de compor um acervo de máximas ou preceitos morais brilhantes e selecionados pelo seu alto nível intelectual, mas provavelmente sem a força redentora e já consagrada pelo sacrifício messiânico do Mestre na cruz! 

O Evangelho era o intermediário do Alto, indiscutível pelos homens e estatuído para o bem da humanidade! 

Criticar o espírito do Evangelho seria a própria estigmatização de imoral! Ainda nesse caso, o codificador também rejeitou toda fonte religiosa e moral do espiritualismo do Oriente, para adjudicar ao Espiritismo somente a essência do Cristianismo divulgado pelos apóstolos e consolidada pelo sangue dos mártires cristãos.

Embora o Espiritismo assente suas bases na revelação exposta pelas filosofias do Oriente, Allan Kardec abandonou a ética dos Vedas, o conteúdo moral convincente de Buda, as regras disciplinadoras de Krishna, os preceitos severos de Zoroastro ou filosóficos de Confúcio, preferindo a singeleza dos ensinamentos vividos por Jesus e perfeitamente eletivos à simplicidade e clareza da doutrina espírita.


Namastê / Laroyê

APOCALIPSE: ESCOLHAS E OS PROCESSOS OBSESSIVOS COMPLEXOS

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