RAMATÍS: Evidentemente, isso é possível quando exista semelhança de ação entre ambos.
O Cristianismo era doutrina desprovida de pompas, complexidades, dogmas, ritos e compreensível por todas as criaturas, pescadores, campônios, mulheres, crianças, velhos, sacerdotes ou doutores.
Revelava os atributos naturais do espírito imortal, estimulando o homem para o culto das virtudes superiores e balsamizando os efeitos do pecado.
O Cristianismo era movimento sem hierarquia, cuja força e pureza doutrinárias dispensavam intérpretes especiais, pois tocava diretamente na alma e no coração das criaturas.
O Cristianismo era movimento sem hierarquia, cuja força e pureza doutrinárias dispensavam intérpretes especiais, pois tocava diretamente na alma e no coração das criaturas.
Os homens reuniam-se sob a carícia do Sol amigo, bafejados pela brisa deliciosa da Galiléia, enquanto escutavam Jesus falar-lhes das cousas ternas, das esperanças do “reino de Deus” e do prazer sublime de ajudar o próximo.
Tudo era simples, sem preconceitos, sem exigências filosóficas ou consultas complexas. Quando Jesus pregava, os bens mais valiosos do mundo material eram superados pela indescritível paz de espírito e serenidade que envolviam seus discípulos e ouvintes.
Em consequência, o Espiritismo é doutrina profundamente eletiva ao Cristianismo porque também dispensa práticas iniciáticas, dogmas, compromissos, rituais, oferendas, símbolos, insígnias e sacerdócio organizado.
Em consequência, o Espiritismo é doutrina profundamente eletiva ao Cristianismo porque também dispensa práticas iniciáticas, dogmas, compromissos, rituais, oferendas, símbolos, insígnias e sacerdócio organizado.
O Cristo-Jesus manifesta-se em qualquer lugar e a qualquer hora, à luz do dia ou da noite, em ambiente fechado ou aberto, nos campos ou nas cidades, inspirando os homens que o evocarem para realizar cousas sublimes.
Assim, como fariam os antigos cristãos, os espíritas também cuidam da realidade espiritual, diretamente, em reuniões simples, sem atavios, cerimônias ou idolatrias.
Assim, como fariam os antigos cristãos, os espíritas também cuidam da realidade espiritual, diretamente, em reuniões simples, sem atavios, cerimônias ou idolatrias.
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PERGUNTA: Mas um dos fundamentos do Espiritismo é comprovar, pela mediunidade, a imortalidade da alma. Não é assim?
RAMATÍS: Não basta só provar a existência da alma pela fenomenologia mediúnica, mas também é preciso desenvolver no espírito humano as qualidades evangélicas apregoadas por Jesus.
Os espíritas sabem que é mais sensato e proveitoso exercitar nas criaturas a paz, ternura, humildade e o amor, que convertem à angelitude, do que apenas surpreendê-las com os fenômenos transitórios referentes à imortalidade.
Sem dúvida é muito importante para os espíritas comprovarem a sua sobrevivência após a morte física; mas ainda é mais valiosa a transformação moral e libertação dos instintos animais, que livram o ser da roda indesejável das encarnações expiatórias.
Indubitavelmente, é grande tolice o homem saber da existência do Paraíso e nada fazer para habitá-lo!
Sem dúvida é muito importante para os espíritas comprovarem a sua sobrevivência após a morte física; mas ainda é mais valiosa a transformação moral e libertação dos instintos animais, que livram o ser da roda indesejável das encarnações expiatórias.
Indubitavelmente, é grande tolice o homem saber da existência do Paraíso e nada fazer para habitá-lo!
O fenômeno psíquico demonstra características da revelação, mas não é processo fundamental para melhorar a evolução da alma.
O Espiritismo afiniza-se bastante com o Cristianismo, principalmente, pela mesma finalidade doutrinária de transformar o homem animalizado em cidadão angélico.
O Espiritismo afiniza-se bastante com o Cristianismo, principalmente, pela mesma finalidade doutrinária de transformar o homem animalizado em cidadão angélico.
Os fenômenos espetaculares, embora impressionem, não transformam sentimentos maus em virtudes sublimes, nem as paixões violentas em afagos da alma.
Isso só é possível através da renovação moral no santuário silencioso do ser!
Aliás, Jesus, o mais elevado instrutor da Terra, só prometeu fenômenos aos homens, depois de eles alcançarem a redenção espiritual.
Aliás, Jesus, o mais elevado instrutor da Terra, só prometeu fenômenos aos homens, depois de eles alcançarem a redenção espiritual.
Em verdade, o homem evangelizado também é um fenômeno. Por isso, o Amado Mestre não fez milagres derrogando as leis do mundo, pois Ele era, acima de tudo, um sublime instrutor de almas!
Jamais se prestou à condição de prestidigitador promovendo espetáculos incomuns às multidões supersticiosas.
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PERGUNTA: O Espiritismo, porventura, também é uma religião?
RAMATÍS: Depende do que realmente considerais religião, pois o Espiritismo não é mais uma seita que se particularize entre os diversos tipos de associações religiosas do mundo.
Contudo, é “Religião”, na acepção do vocábulo “re-ligare”, processo ou meio de religar o espírito do homem à Consciência Cósmica de Deus.
Sua função é dinamizar o “quantum” energético da centelha espiritual que domina em sua intimidade, fazendo-a aflorar cada vez mais à superfície da transitória personalidade humana; e assim consolidando a individualidade eterna do ser consciente de existir no Universo!
Não é movimento destinado a reunir homens e incentivá-los à adoração de Deus sob um aspecto particularizado; nem se distingue por cerimônias em templos, dogmas, compromissos ou posturas peculiares a estatutos religiosos.
É norma de vida do Espírito encarnado, induzindo-o a libertar-se, o mais cedo possível, da animalidade que o prende aos ciclos encarnatórios nos mundos planetários.
Mas tudo isso será exercido com um "estado" de espírito no homem, sem limitações, preconceitos, obrigações ou exigências aos seus fiéis e adeptos.
O esforço da criatura em "religar-se" o mais cedo possível com o Pai, deve ser espontâneo ou voluntário.
Jamais obrigatoriamente, pois isso lhe tiraria o mérito da ação.
As cerimônias, os ritos, os símbolos, as distinções hierárquicas que tanto impressionam os sentidos humanos, são recursos ou exterioridades, que podem identificar conjuntos de crentes praticando cultos religiosos simpáticos entre si, mas não provam estar presente o verdadeiro sentido da Religião.
As cerimônias, os ritos, os símbolos, as distinções hierárquicas que tanto impressionam os sentidos humanos, são recursos ou exterioridades, que podem identificar conjuntos de crentes praticando cultos religiosos simpáticos entre si, mas não provam estar presente o verdadeiro sentido da Religião.
Em consequência, Religião é o esforço que a criatura empreende no sentido de maior sintonia com Deus, o que é perfeitamente compatível com o Espiritismo, cuja doutrina não pretende competir com as seitas religiosas do mundo, mas apenas esclarecer os homens independentemente de quaisquer compromissos devocionais.
A verdadeira religião não possui barreiras, não tem cor local ou limitações doutrinárias, pois abrange todas as criaturas que vivem dentro de uma norma ou esquema semelhante de entendimento espiritual.
A verdadeira religião não possui barreiras, não tem cor local ou limitações doutrinárias, pois abrange todas as criaturas que vivem dentro de uma norma ou esquema semelhante de entendimento espiritual.
É uma atividade legitimamente espiritual, que universaliza o Espírito, aprimora a mente e sensibiliza o coração' através de maior compreensão das Leis da Vida e de Deus!
PERGUNTA: Dizeis que a verdadeira religião vem do vocábulo "religare" e tem por função precípua "religar" o espírito do homem ao Espírito de Deus.
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PERGUNTA: Dizeis que a verdadeira religião vem do vocábulo "religare" e tem por função precípua "religar" o espírito do homem ao Espírito de Deus.
Porventura, nós não somos "ligados" com Deus mediante os atributos que Dele possuímos, embora em grau infinitamente pequeno?
RAMATÍS: Sem dúvida, todas as criaturas constituem-se de centelhas emanadas de uma só Fonte Divina; e, portanto, mantêm-se indestrutivelmente ligadas com Deus.
RAMATÍS: Sem dúvida, todas as criaturas constituem-se de centelhas emanadas de uma só Fonte Divina; e, portanto, mantêm-se indestrutivelmente ligadas com Deus.
No entanto, ser a substância de algo é uma coisa e ter a consciência disso é outra!
Todos os homens estão ligados a Deus porque sua contextura fundamental é emanação Dele; porém, como o espírito surge ignorante e inconsciente, embora esteja ligado ao Pai que o criou, todo o esforço que ele executa no sentido de ampliar sua consciência e abranger maior amplitude da Consciência Cósmica de Deus, é um processo "religioso" de "religar-se"!
Todos os homens estão ligados a Deus porque sua contextura fundamental é emanação Dele; porém, como o espírito surge ignorante e inconsciente, embora esteja ligado ao Pai que o criou, todo o esforço que ele executa no sentido de ampliar sua consciência e abranger maior amplitude da Consciência Cósmica de Deus, é um processo "religioso" de "religar-se"!
O espírito já está ligado a Deus pela circunstância de ser criação Dele, mas depois procura a sua "religação" pelo desenvolvimento da consciência.
Deste modo, o Espiritismo também é uma Religião, como é todo o movimento destinado a desenvolver a consciência espiritual do ser.
Deste modo, o Espiritismo também é uma Religião, como é todo o movimento destinado a desenvolver a consciência espiritual do ser.
Mas nada tem a ver com as organizações sectaristas religiosas, que possuem métodos exclusivos e dogmáticos para os seus cultos e adorações ao Pai.
Através do Espiritismo o homem aprende que esse "religamento" ao Criador deverá se efetuar através de obras, feitos e auto-evangelização, em vez de sua escravidão a credos, crenças, adorações, compromissos, cerimônias ou dogmas!
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PERGUNTA: Considerais, então, que o Espiritismo é realmente o Cristianismo Redivivo?
RAMATÍS: O Espiritismo é a revivência do Cristianismo, tanto pela sua doutrina moral quanto à elevação do homem, como por sua mensagem consoladora prometida por Jesus.
Ademais, Allan Kardec levantou corajosamente a ponta do "Véu de Ísis", popularizou os ensinamentos e as práticas iniciáticas, que antigamente só eram permissíveis nas iniciações ocultas aos discípulos eruditos.
As antigas práticas mediúnicas e complexas desses santuários foram simplificadas em preceitos claros e lógicos, através de obras didáticas aos médiuns estudiosos e interessados no seu progresso espiritual sensato e fora dos perigos do empirismo improdutivo.
As vésperas do "Terceiro Milênio" ou do "Milênio do Mentalismo", a doutrina espírita é um curso espiritual valioso para o homem libertar-se dos dogmas opressivos, das práticas supersticiosas, das descrenças infantis e ampliar sua consciência para a realidade do "Eu Superior".
Através da singeleza do Espiritismo, o homem comum ficou ciente dos valores espirituais adormecidos em sua própria alma; e já pode orientar-se para uma compostura moral superior no mundo físico até conseguir o seu passaporte para o ingresso definitivo no seio da humanidade angélica.
Através da singeleza do Espiritismo, o homem comum ficou ciente dos valores espirituais adormecidos em sua própria alma; e já pode orientar-se para uma compostura moral superior no mundo físico até conseguir o seu passaporte para o ingresso definitivo no seio da humanidade angélica.
Ademais, os postulados espíritas não devem ser confundidos com os princípios de seitas exclusivistas, ou isolacionistas.
Realmente, eles interpretam à luz do século XX os próprios ensinamentos do Cristianismo de Jesus, como o fermento divino ativando a vivência do meio onde atua.
Não compete ao Espiritismo atear contendas religiosas ou exacerbar os fanatismos humanos; também não lhe cumpre qualquer defensiva ortodoxa ou separativista nas competições religiosas do mundo.
É movimento filosófico espiritual de disciplina científica mas, acima de tudo, orientação moral da alma subvertida na senda das ilusões do mundo carnal!
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PERGUNTA: Por que as religiões não puderam cumprir sua missão de esclarecimento sobre os homens?
RAMATÍS: As religiões, como o Catolicismo, Mosaísmo, Hinduísmo, Confucionismo, Protestantismo, Budismo e outros movimentos hierárquicos, similares, perderam o contato iniciático com a pureza da fonte em que se inspiraram.
Comumente, aliaram-se aos poderes do mundo de César, tisnando a simplicidade iniciática no jogo perigoso das especulações políticas e na posse dos bens temporais.
Atualmente, inúmeros sacerdotes católicos, que haviam fugido do mundo profano para a segregação dos conventos, mosteiros ou seminários, depois de liberados desse isolamento, eis que retomam à esfera pública para conquistar uma cadeira de deputado, senador ou vereador.
Assim, de principio, eles renunciam ao mundo profano e aos deveres do cidadão comum, recolhendo-se voluntariamente à vida monástica; mais tarde, voltam a competir com o poder temporal público num desmentido à sua anterior renúncia.
Assim, de principio, eles renunciam ao mundo profano e aos deveres do cidadão comum, recolhendo-se voluntariamente à vida monástica; mais tarde, voltam a competir com o poder temporal público num desmentido à sua anterior renúncia.
Eleitos para divulgarem os bens do Cristo, depois competem para conquistar as gloríolas políticas da vida efêmera do mundo material!
Essas disposições contraditórias de renúncia e competição profanas, próprias dos lideres de algumas religiões do mundo, terminam lançando a desconfiança nos próprios fiéis e enfraquecendo-lhes o interesse espiritual.
Essas disposições contraditórias de renúncia e competição profanas, próprias dos lideres de algumas religiões do mundo, terminam lançando a desconfiança nos próprios fiéis e enfraquecendo-lhes o interesse espiritual.
Antigamente, os sacerdotes eram considerados os procuradores da Divindade, sendo-lhes vedados os negócios subalternos da existência profana.
Significavam os emissários de um mundo superior e liberto das inferioridades e paixões próprias da vida terrena, sem rebaixar-se aos mesmos desejos, objetivos e cobiças comuns.
No entanto, a religião falhou redondamente na sua missão salvacionista e educativa do homem, porque além das contrafações dos seus representantes, ainda pontifica as mesmas fantasias bíblicas, nega a reencarnação e impõe dogmas que lançam a desconfiança ao mais inculto ginasiano! (1)
(1) Aliás, no Brasil é muito comum as obras escritas por padres solteiros, que pontificam expondo regras de como criar filhos, viver conjugalmente, atender aos problemas nevrálgicos do sexo, ou perigos do divórcio. Paradoxalmente, enquanto no seio das igrejas pregam as mais ingênuas fantasias decalca das da Bíblia, arvoram-se em sábios nos problemas mais severos da humanidade.
Enquanto os satélites rodam em torno da Terra, os submarinos atômicos rompem as calotas polares e a Ciência substitui rins ou corações combalidos, os sacerdotes católicos e pastores protestantes ainda pregam seriamente a subida de Elias ao céu, num carro de fogo, de Habacuc pelos cabelos, enquanto Jesus e Maria ascensionaram em corpo físico.
(1) Aliás, no Brasil é muito comum as obras escritas por padres solteiros, que pontificam expondo regras de como criar filhos, viver conjugalmente, atender aos problemas nevrálgicos do sexo, ou perigos do divórcio. Paradoxalmente, enquanto no seio das igrejas pregam as mais ingênuas fantasias decalca das da Bíblia, arvoram-se em sábios nos problemas mais severos da humanidade.
Enquanto os satélites rodam em torno da Terra, os submarinos atômicos rompem as calotas polares e a Ciência substitui rins ou corações combalidos, os sacerdotes católicos e pastores protestantes ainda pregam seriamente a subida de Elias ao céu, num carro de fogo, de Habacuc pelos cabelos, enquanto Jesus e Maria ascensionaram em corpo físico.
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PERGUNTA: Considerando-se que as religiões de diversos povos falharam na missão de esclarecimento espiritual da humanidade, em virtude de sua adesão aos poderes políticos e temporais do mundo profano, porventura isso também não poderá acontecer ao Espiritismo?
RAMATÍS: Sem dúvida, nem todos os espíritas e médiuns cumprem rigorosamente os princípios superiores da doutrina, pois alguns também se desorientam devotando-se ao mundo de César e olvidando o mundo do Cristo!
No entanto, a segurança do Espiritismo fundamenta-se na sua libertação radical dos cultos externos, dogmas, compromissos, símbolos, rituais, adorações ou cerimônias complexas, que satisfazem os crentes quanto à sua obrigação externa, mas não lhes transforma o espírito.
Aliás, Allan Kardec pregou mui sensatamente que "conhece-se o espírita pela sua transformação moral incessante".
Os adeptos das igrejas do culto externo precisam de sacerdotes, pastores, lideres, adeptos, mestres, swamis, ou rabinos, que lhes proporcionam os meios de cumprirem suas obrigações religiosas habituais.
Essas igrejas socorrem-se dos recursos mais exóticos e pitorescos do mundo profano, que deforma a sua significação espiritual para atrair as multidões ainda impressionáveis pelos sentidos físicos.
Essas igrejas socorrem-se dos recursos mais exóticos e pitorescos do mundo profano, que deforma a sua significação espiritual para atrair as multidões ainda impressionáveis pelos sentidos físicos.
São procissões e encontros de imagens dramatizadas, introdução de ritmos modernos nos ofícios religiosos, que aumentam a quantidade de crentes, mas também sacrifica bastante o grau de qualidade espiritual!
O culto externo requer, também, uma espécie de propaganda dirigida, com "slogans" sugestivos e recursos da radiofonia, televisão, teatro e cinema, à semelhança dos recursos profanos.
E os fiéis então se julgam dispensados de outras obrigações íntimas para com a sua igreja, porque frequentam o santuário e atendem aos sacerdotes em todas as festividades e conclamações cerimoniais dos dias santificados.
Em consequência, grande parte do ensinamento do "homem interno" foi sacrificado pela cerimônia exterior, e os católicos, principalmente, consideram-se quites com os seus deveres religiosos tão-somente pela sua disciplinada frequência ao templo!
Mas a doutrina espírita, cuja principal atividade é o "culto interno do espírito", não pode admitir qualquer abastardamento, mistificação ou contradição moral de seus adeptos, porque isso, os coloca à margem pelos próprios simpatizantes, discípulos ou orientadores.
Ninguém mais confia nos empreendimentos espiritistas dos espíritas facciosos e os deixam a sós com suas imprudências censuráveis, porque não é a cerimônia, a liturgia, o ritual ou a frequência incessante à igreja o motivo essencial da doutrina, mas, acima de tudo, a autenticidade do critério moral e a atividade escrupulosa.
Mas a doutrina espírita, cuja principal atividade é o "culto interno do espírito", não pode admitir qualquer abastardamento, mistificação ou contradição moral de seus adeptos, porque isso, os coloca à margem pelos próprios simpatizantes, discípulos ou orientadores.
Ninguém mais confia nos empreendimentos espiritistas dos espíritas facciosos e os deixam a sós com suas imprudências censuráveis, porque não é a cerimônia, a liturgia, o ritual ou a frequência incessante à igreja o motivo essencial da doutrina, mas, acima de tudo, a autenticidade do critério moral e a atividade escrupulosa.
No seio do Espiritismo codificado, os negociadores, mistificadores ou vaidosos, tresmalham-se entre os espíritos sadios.
Eles então se constituem em movimentos à parte, anômalos e excêntricos, que não inspiram confiança e não gozam de chancela espiritista.
Ficam na marginalidade, malgrado se esforcem para corresponder às exigências salutares da maioria.
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PERGUNTA: Porventura, não se poderia julgar que o Espiritismo, sendo movimento de sentido universalista, às vezes também censura outros credos, embora não seja uma seita a competir com as demais religiões?
RAMATÍS: A verdade é simples. Cada religião ou doutrina espiritualista
viceja e atende a um determinado coeficiente de adeptos durante certo tempo, até lhes saturar o entendimento.
O Cristianismo substituiu o Judaísmo e o Catolicismo é o Cristianismo já deformado em sua fórmula iniciática, simples e direta ao espírito do homem!
O Espiritismo, no entanto, é um novo esforço empreendido pelo Alto no sentido de recuperar a simplicidade do Cristianismo sem o atravancamento de dogmas, liturgias e cerimoniais fatigantes.
Em consequência, assim como o Cristianismo superou o Mosaísmo e o Protestantismo protestou contra o Catolicismo na sua exuberância formalística e cerimonial luxuoso, o Espiritismo vem divulgar a imortalidade e os deveres da alma, dispensando as fórmulas arcaicas e improdutivas das religiões sectárias.
É movimento conciliador da necessidade espiritual e mental do homem do século XX, em sintonia com o avanço apressado da Ciência humana no campo das energias do próprio mundo oculto.
Alicerçado no Evangelho de Jesus para orientar o homem na sua conduta moral e na Ciência que projeta e garante a estabilidade e o progresso da existência material, o Espiritismo ainda subsistirá por muitos milênios, embora se possa corrigir alguns postulados futuramente inadequados ou obsoletos às novas formas de vida!
Dispensando a roupagem misteriosa dos símbolos, dogmas e fantasias próprias de várias religiões do mundo, a doutrina espírita também evita o prosaísmo de mobilizar os recursos transitórios da matéria, para valorizar as qualidades eternas do Espírito imortal!
Aliás, o Espiritismo, como doutrina universalista, não pretende guerrear a Igreja Católica e demais religiões, que ainda cumprem a sua missão digna junto à humanidade invigilante.
Aliás, o Espiritismo, como doutrina universalista, não pretende guerrear a Igreja Católica e demais religiões, que ainda cumprem a sua missão digna junto à humanidade invigilante.
No entanto é obrigado a esclarecer aos seus adeptos de que não cultua dogmas, superstições pagãs, fantasias bíblicas ou liturgias e pompa.
O seu movimento admite e conjuga-se a todos os empreendimentos da Ciência Acadêmica e descobertas de novos valores progressistas do mundo.
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PERGUNTA: E qual seria a função de religiosidade do Espiritismo, em nossa época?
RAMATÍS: Os mentores da Terra, na atualidade, buscam entre os "muitos chamados e poucos escolhidos", os colaboradores ativos e corajosos, que possam atender ao serviço religioso do Cristo à luz do dia, em favor da humanidade.
Porém, essa tarefa inadiável não pode ser exercida só em "momentos religiosos" dentro das igrejas ou sob "compromissos iniciáticos" nas confrarias esotéricas; nem apenas em "momentos de meditação", nas lojas teosóficas, nas disciplinas ou pesquisas dos agrupamentos rosacruzes, ou, ainda, nas reuniões fraternas dos esoteristas.
O mundo conturbado exige, cada vez mais, que os sadios de espírito e entendidos da imortalidade cooperem incessantemente em todos os momentos da existência humana e principalmente fora dos templos e das confrarias iniciáticas.
O mundo conturbado exige, cada vez mais, que os sadios de espírito e entendidos da imortalidade cooperem incessantemente em todos os momentos da existência humana e principalmente fora dos templos e das confrarias iniciáticas.
Os verdadeiros servidores do próximo hoje dão tudo o que possuem de talento experiência e realização espiritual na vida em comum com os demais irmãos de jornada terrena.
Eis por que o médium, hoje, é uma figura em constante atividade, a mover-se por todos os cantos da cidade a fim de consolar, aliviar dores ou solucionar problemas angustiosos no seio de quaisquer famílias.
Indubitavelmente, ele terá de viver existência regrada, conduta sadia e impecável no contato com os demais seres, pois embora seja um cidadão comum do mundo, é, também, o sacerdote sem paramentos, que oficia a religião do Amor do Cristo!
Indubitavelmente, ele terá de viver existência regrada, conduta sadia e impecável no contato com os demais seres, pois embora seja um cidadão comum do mundo, é, também, o sacerdote sem paramentos, que oficia a religião do Amor do Cristo!
Namastê / Laroyê

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