4.6.25

ESPÍRITOS AGÊNERES

Definição de Agênere
Os fenômenos de agêneres são aparições rápidas de espíritos desencarnados. 

Agênere é a denominação do estado temporário em que um Espírito se manifesta "materializado" sob a forma humana, num grau tal de realismo que pode produzir a ilusão de ser uma pessoa comum encarnada. 

Tal corporificação se dá por uma combinação de determinados fluidos manipulados pelo ser espiritual. Pela sua complexidade, é uma modalidade raríssima de aparição tangível.


Em O Livro dos Médiuns, Kardec definiu:
“(...) diremos apenas que é uma variedade da aparição tangível; é o estado de certos Espíritos que podem revestir momentaneamente as formas de uma pessoa viva, ao ponto de causar completamente uma ilusão.” - Cap. VII, item 125

Agênere de Encarnados
Muito embora, bem mais raramente; uma aparição desse porte está ao alcance de um ser encarnado em estado de emancipação da alma:

“Como o perispírito é o mesmo tanto nos encarnados, como nos desencarnados, por um efeito completamente idêntico, um Espírito encarnado pode aparecer, num momento de liberdade, em ponto diferente do lugar onde seu corpo repousa, com seus traços habituais e com todos os sinais de sua identidade. 

Foi esse fenômeno, do qual se conhecem muitos exemplos autênticos, que deu origem à crença nos homens duplos..”

A Gênese, os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo, cap. XIV, item 37


Como são as Manifestações
O agênere é, portanto, um tipo de fenômeno de materialização espiritual,
e mais especificamente de aparição espiritual (pois as materializações podem ser de formas diversas, como objetos, flores etc.), ou seja, em que o indivíduo desencarnado se corporifica e assume a aparência completa de um encarnado, inclusive tão tangível quanto.

Características dos Agêneres
principal característica é a aparição, em que o Espírito condensa seu corpo perispiritual de maneira tão eficiente, que o torna bem parecido com o corpo de uma pessoa encarnada, fazendo-se visível, sólido e tangível; porém, essa semelhança é só aparente

Kardec comenta: A Gênese - cap. XI V, item 36

“É de se destacar que as aparições tangíveis tenham somente as aparências da matéria carnal, mas não tenha as qualidades dela; em razão da sua natureza fluídica, elas não podem ter a mesma coesão, pois, na realidade, isso não é da carne. 

Elas se formam instantaneamente e do mesmo modo desaparecem, ou se evaporam, pela desagregação das moléculas fluídicas. Os seres que se apresentam nessas condições não nascem e nem morrem como os outros homens; 

nós os vemos e não os vemos mais sem sabermos de onde eles vêm, como vieram, nem para onde vão; ninguém poderia matá-los, nem os acorrentar ou aprisioná-los, pois eles não têm um corpo carnal; os golpes que lhes fossem desferidos só atingiriam o vazio.

Tal é a característica dos agêneres, com os quais podemos conversar sem suspeitar do que sejam eles, mas que não demoram longo tempo e não podem se tornar convivas habituais de uma casa, nem figurar entre os membros de uma família”

Tem lá, suas Diferenças - 
A Gênese - cap. XIV, item 36
Apesar de todo o esforço para se produzir uma máxima semelhança, não deixa de haver em tal fenômeno certa estranheza:

“Há, aliás, em toda a sua pessoa e nas suas atitudes, algo de estranho e de insólito que vem ao mesmo tempo da materialidade e da espiritualidade; seu olhar vaporoso, e penetrando tudo de uma vez, não tem a nitidez do olhar através dos olhos da carne

sua linguagem breve e quase sempre sentenciosa nada tem da claridade e da mobilidade da linguagem humana; a aproximação deles causa uma sensação incomum indefinível de surpresa que inspira uma espécie de temor, e, enquanto os tomando por indivíduos iguais a todo mundo, diz-se involuntariamente: Eis aí um ser estranho.”


Kardec definiu ainda
  • Os agêneres são manifestações de Espíritos de diversos estágios evolutivos;
  • Além da própria vontade, eles se manifestam mediante a permissão superior;
  • Espíritos inferiores podem algumas vezes tomar a forma agênere para fruir de vícios e das paixões que conservou de quando estava encarnado, mas a sua forma materializada não tem as mesmas necessidades de um corpo humano;
  • Bem como não passam pela gestação, os agêneres não podem procriar e nem morrem;
  • Esse é um fenômeno temporário e normalmente de pouca duração;
  • Pode produzir no observador uma completa ilusão de realismo, sendo percebido então pelo ato de seu inesperado desaparecimento.


Jesus um Agênere 
Na bíblia temos vários casos
 de aparições de agêneres, àqueles que não compreendem as manifestações dos Espíritos, tendem a concluir como fantasiosas ou ilusões da mente humana.

No mais comum, são aparições bem rápidas, no entanto no caso de Jesus, uma entidade elevadíssima, houve muitas manifestações agênere com seu corpo fluídico; após a sua desencarnação. 

Jesus por exemplo apareceu 10x aos seus discípulos, vejamos alguns casos:
  1. À Maria Madalena – Mc 16:9-11
  2. Às Mulheres junto ao Jardim do Túmulo – Mt 28:5-10
  3. Aos Discípulos no Caminho de Emaús! – Lc 24:13-35
  4. Aparece à Pedro – Lc 24:34
  5. Aparece à 10 Apóstolos! – Lc 24:36-49
  6. Aparece à 11 apóstolos (Onde Tomé lhe toca) – João 20
  7. Aparece a 7 apóstolos que estavam pescando numa praia do Mar da Galileia. Jo 21: 1-14.

Kardec concluiu: Jesus então, como qualquer pessoa, teve um corpo carnal e um corpo fluídico, o que é atestado pelos fenômenos materiais e pelos fenômenos psíquicos que marcaram a sua vida.

Por outro lado, Jesus
manifesta-se em diversas ocasiões, a diversos observadores, da maneira típica dos agêneres, a ponto de ser confundido com um encarando qualquer, 

pois apresentava-se com as características semelhantes à de um homem, inclusive permitindo ser tocado pelo apóstolo Tomé. Ainda assim, um tanto diferenciado de quando estava encarnado.

Depois de sua morte, ao contrário, tudo nele revela o ser fluídico. A diferença entre os dois estados é tão evidente que não se pode confundi-los.

Se observarmos as circunstâncias em que se deram as suas diversas aparições, reconheceremos em Jesus, nesses momentos, todas as características de um
ser fluídico. 

Ele aparece instantaneamente e do mesmo modo desaparece; ele é visto por uns, e por outros não, sob aparências que não o tornam reconhecível nem sequer pelos seus discípulos; 

ele se mostra em recintos fechados, onde um corpo carnal não poderia penetrar; até sua linguagem não tem a vivacidade daquela de um ser corpóreo; fala em tom breve e sentencioso 

— peculiar aos Espíritos que se manifestam dessa maneira; em resumo, todas as suas atitudes têm alguma coisa que não é do mundo terreno. 

Sua visualização causa simultaneamente surpresa e pavor; ao vê-lo, seus discípulos não lhe falam com a mesma liberdade; sentem que já não é mais o homem. A Gênese - cap. XIV, itens 66 e 61


Na Bíblica Católica e Protestante
A aparição agênere do anjo Gabriel, é um exemplo muito conhecido, quando do anúncio da gravidez de Maria santíssima Lc 1:26.

Também temos um caso no livro de Tobias 5:13 |12:21, em que, atendendo às preces do pai de Tobias, o anjo Rafael "se faz visível pelo fenômeno agênere" para acompanhar e ajudar Tobias em sua jornada. 

E eis uma prova inquestionável dada pelo próprio Rafael de que ele era um agênere, ao identificar-se: “Eu sou o Azarias, filho do grande Ananias, um dos teus irmãos”.

Conhecendo esse episódio, Allan Kardec comenta:

“Se o anjo que acompanhou Tobias lhe tivesse dito 'Sou enviado por Deus para te guiar na tua viagem e te preservar de todo perigo', Tobias não teria tido nenhum mérito; confiando no seu companheiro, nem sequer teria precisado pensar. 

Eis a razão por que o anjo só se fez conhecer ao regressarem.”
O Evangelho segundo o Espiritismo, - cap. XXII, item 8.


Filme Bezerra
No Filme Bezerra de Menezes " Diário de um Espírito", do ano de 2008, temo aparentemente um caso de "Agênere", quando Bezerra se encontra sem condições financeiras, e "aparece um aluno" para fazer aulas de reforço.

O aluno então lhe explica à necessidade das aulas, insiste no pagamento antecipado, no entanto o aluno nunca apareceu para às aulas.


Resumo
Fenômenos de agêneres são aparições rápidas de espíritos desencarnados, mas são raros. No caso de Jesus que apareceu a muitos através deste fenômeno, se deu pelo teor elevado de sua missão crística, e certamente para mostrar ao mundo que morte não existe. 

Esse fenômeno foi confundido com ressurreição, e como Tomé tocou as chagas do Cristo, criou-se o mito da ressurreição de corpos biológicos. É compreensível que tenha sido assim, devido ao grau evolutivo da humanidade da época.

“Quando o Espírito nos aparece, é que ele pôs o seu perispírito na condição necessária para se tornar visível; mas, para isso, não basta a sua vontade, porque a modificação do perispírito se opera pela sua combinação com o fluido particular do encarnado.” O Livro dos Médiuns - 2ª Parte, Cap. VI, item 105


Fonte: Luz Espírita e Bíblia João Ferreira de Almeida

Namastê Laroyê

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